sexta-feira, 15 de março de 2013

CPFL Energia vê ajuda da CDE como receita

A CPFL Energia considera que os recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) a serem recebidos pelas distribuidoras para reduzir a exposição relacionada à geração termelétrica serão contabilizados como receita, segundo afirmou o presidente da empresa ontem. “A tendência é que não seja visto como empréstimo mas como receita para a companhia”, disse Wilson Ferreira Jr., em teleconferência com analistas. 

O governo publicou no Diário Oficial da União da última sexta-feira decreto que autoriza o uso de recursos da conta para cobrir os custos adicionais das distribuidoras de eletricidade com a compra de energia das usinas termelétricas. Mas o tema ainda não está regulamentado e agentes do setor têm dúvidas sobre se a operação poderia ser um empréstimo. “Já estivemos na Aneel. Estamos trabalhando para que seja contabilizado como ingresso e não como dívida”, acrescentou Ferreira Jr. 

Os gastos das distribuidoras de energia do grupo CPFL relacionados ao atual cenário de geração termelétrica adicional, somam R$ 266 milhões. Desse total, o presidente considera que ao menos cerca de R$ 100 milhões serão cobertos pela CDE. Desse total, R$ 27 milhões são gastos por subcontratação de energia diante da não adesão de algumas geradoras à renovação das concessões. Outros R$ 36 milhões são relacionados ao risco hidrológico referente às quotas de energia renovadas pela MP 579. 

E R$ 38 milhões são pelo pagamento do Encargo de Serviços do Sistema(ESS), que financia o pagamento da geração termelétrica adicional. Ainda sobram cerca de R$ 164 milhões do déficit das distribuidoras do grupo, relacionado aos contratos de energia por disponibilidades (CCEARs) que estão sujeitos à variação do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). “Uma parte dos CCEARs pode ser assumida”, disse Ferreira Jr. 

O executivo do grupo CPFL —líder no mercado de distribuição, com 13% — disse que vê melhora nos resultados da companhia e oportunidades futuras. Segundo ele, as medidas de renovação das concessões do setor elétrico, com redução nas tarifas de energia, não têm impacto na remuneração das distribuidoras. Ele disse ainda que o risco de racionamento em 2013 é zero, ao mencionar dados da consultoria PSR, e acrescentou que a CPFL continuará a ser ativa em fusões e aquisições, segundo o executivo. (Brasil Econômico)

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