quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Dilma vai reiterar hoje corte na conta de luz

A presidente Dilma Rousseff fará um pronunciamento hoje a noite, em cadeia nacional de rádio TV, para reiterar a deci­são do governo de reduzir em 16,2% a conta de luz dos consu­midores residenciais e em até 28% o custo para as empresas a partir de fevereiro. A fala da presidente, gravada na última segunda-feira, com o acompa­nhamento do seu marqueteiro João Santana, vai anunciar que a promessa, feita em se­tembro, será cumprida. 


O pronunciamento também será usado para responder às di­versas críticas que ganharam cor­po este ano. A demora no início do período de chuvas em muitos Estados e a necessidade de uso intensivo das usinas térmicas le­varam diversos analistas a afir­mar que o corte das tarifas de luz prometido pela presidente seria afetado. 

No final do ano passado, no café da manhã que ofereceu aos jornalistas que acompanham o dia a dia do Palácio do Planalto, a presidente Dilma já havia reagi­do às insinuações de impossibili­dade do governo em reduzir o preço pago pela energia no País. Dilma chegou a tachar de "ridícu­la" a hipótese de racionamento de energia. A presidente preten­de reiterar que esta possibilida­de está fora do horizonte do go­verno, que trabalha para assegu­rar o fornecimento contínuo de energia, mesmo que para isso te­nha que manter as térmicas liga­das por mais tempo. 

A aprovação da lei que reno­vou as concessões do setor elétri­co e prevê uma redução, média, de 20% na conta de luz, deixou o Planalto aliviado, apesar de em­presas importantes - como Cemig, Copel e Cesp - terem recu­sado fazer a renovação antecipa­da seguindo os termos fixados pelo Planalto. Dilma criticou a postura assumida pelas empre­sas - que operam em Estados sob comando do PSDB. 

Persistência. As insistentes afirmações de pessoas do pró­prio setor elétrico, falando em di­ficuldades de manter a promes­sa de cortar o custo da eletricidade a partir do próximo mês, preo­cupavam o Planalto. Para a presidente Dilma, esta redução é pra­ticamente uma "questão de hon­ra". O governo ainda precisa equacionar alguns detalhes para que a medida seja efetivada. 

Após a primeira reunião do Co­mitê de Monitoramento do Se­tor Elétrico (CMSE) em 2013, o diretor-geral do Operador Na­cional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que as usinas que usam combus­tíveis como gás e carvão para ge­rar eletricidade - as termoelétricas - deverão permanecer ligadas, pelo menos, até o fim de abril. Até lá, o governo acredita que os reservatórios das hidrelé­tricas já terão começado a voltar a níveis adequados, que permiti­rão substituir a geração de ener­gia mais cara, por uma mais barata. O prazo, considerado longo por alguns setores, ainda é moti­vo de preocupação por parte do governo. 

Esta escalada das preocupa­ções com o fornecimento de energia obrigou o governo a vir a público defender a estratégia montada para atender à demanda por eletricidade e evitar al­gum tipo de racionamento.  (O Estado de S. Paulo)
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