quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Seca não irá alterar plano de reduzir preço de energia, diz secretário

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, disse que a forte seca que atinge o Brasil neste ano, que deve aumentar os custos da energia para o próximo, não irá prejudicar o objetivo do governo de reduzir as tarifas com a Medida Provisória 579. 

De acordo com ele, o pacote de redução de tarifas é uma questão estrutural, que deverá atingir os objetivos a partir da diminuição de encargos e da renovação das concessões. 

O período seco deste ano, que termina em novembro, foi mais forte do que nos últimos anos e levou à necessidade da geração de energia a partir de termelétricas a gás natural e a óleo, cujo combustível para a operação é mais caro. 

Dessa forma, o custo para o consumidor acaba sendo elevado. 

Além dos baixos níveis nos reservatórios, panes no sistema elétrico com falta de energia em algumas regiões levaram preocupações ao setor. 

Em 3 de outrubro, por exemplo, uma interrupção atingiu parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além dos Estados do Acre e Rondônia, que ficaram sem energia por cerca de meia hora. 

"O acionamento de térmicas é uma coisa conjuntural e que não vai acontecer todos os anos", disse Ventura, após palestra no XIV Congresso Nacional de Energia, organizado pela Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

"O desejável seria que nós não usássemos as térmicas mais caras, mas elas estão aí no sistema para exatamente operar nesses momentos em que o país precisa da energia", disse Ventura. 

No entanto, Ventura admitiu que o custo da energia no próximo ano será elevado, por conta da necessidade do acionamento das térmicas neste ano. 

Ele, porém, evitou dar uma previsão de qual será o impacto exato no custo da eletricidade. 

Segundo Ventura, essa elevação dos custos "é pequena em relação a outros custos do setor elétrico". 

O secretário destacou ainda que o cronograma da Medida Provisória 579, que trata das renovações das concessões do setor elétrico e visa a redução dos custos de energia, será cumprido. 

O texto, que está agora no Congresso Nacional, recebeu mais de 430 emendas. "A expectativa é que elas agreguem valor", disse Ventura. (Valor Online)

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