O governo de São Paulo recuou do plano de alienar ao menos parte das ações da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que vinha sendo gestado há vários anos, em razão da queda do valor dos papéis, sob impacto do modelo de renovação das concessões das elétricas.
No início do ano passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deu aval para que a Cesp, terceira maior geradora de eletricidade do país, fosse negociada com o governo federal, em busca de caixa para investimentos.
A ideia em avaliação era que a Cesp fosse incorporada por Furnas, empresa do sistema Eletrobras, a estatal federal do setor elétrico.
O plano começou a fazer água desde o início do mês, quando as ações das elétricas desvalorizaram por conta das perdas estimadas com a redução das tarifas, a partir de 2013, anunciada pela presidente Dilma Rousseff.
Para ter a concessão renovada por mais 20 ou 30 anos, as empresas terão de aceitar o corte nas tarifas.
Da queda média de 20,2% no preço da energia para o consumidor final, ao menos 13,2 pontos percentuais virão das novas concessões.
Desde o início de setembro, as ações da Cesp tiveram queda de 31,1%.
O secretário de Planejamento, Julio Semeghini, também confirmou ontem que deve chegar a R$ 1 bilhão a perda de receita com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de eletricidade no ano que vem.
"São Paulo perdeu duplamente, no Orçamento e com a desvalorização da Cesp. Agora é um momento de dúvida, não faremos ação nenhuma nesse sentido [leilão da empresa]", disse. (Folha de S. Paulo)
Leia também:
* Chesf anuncia corte radical de gastos
* Aneel vai à Justiça contra a Chesf
* Elétricas entram em disputa pelos ativos do grupo Rede
* Aneel joga duro com quem não quer prorrogar contratos
* Aneel aprova lista de documentos para renovação das concessões
Leia também:
* Chesf anuncia corte radical de gastos
* Aneel vai à Justiça contra a Chesf
* Elétricas entram em disputa pelos ativos do grupo Rede
* Aneel joga duro com quem não quer prorrogar contratos