Uma falha humana teria sido a causa do apagão que atingiu nove estados da região Nordeste e áreas de Tocantins e Pará na semana passada, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner. O problema ocorreu na madrugada da última sexta-feira, dia 26, depois que um curto-circuito na subestação de Colinas, em Tocantins, causou o desligamento da linha de transmissão Colinas-Imperatriz, no Maranhão. A primeira explicação da empresa responsável pelo equipamento, a Taesa, foi de que o problema fora causado por um raio, hipótese já descartada pelo governo.
- Teve falha humana, sem dúvida nenhuma. A proteção do equipamento não foi devidamente programada- afirmou Hubner, que não acredita, porém, que a falha tenha sido intencional.
Hubner disse que a Aneel está trabalhando em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para identificar as causas de todos os problemas de falta de energia ocorridos recentemente no país:
- Estamos buscando uma série de ações para coibir esse tipo de falha. O sistema brasileiro, que é tão sofisticado, tem que ter níveis de cobertura em termos de procedimentos, porque não pode a ação de um elemento qualquer causar um defeito. Temos que ter essas proteções, e é isso que vamos buscar.
Ministra: "Temos um sistema sólido"
Já a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em debate na Comissão Mista de Orçamento, reforçou que o problema foi falha humana e rebateu críticas sobre corte de investimentos da Eletrobrás. Ela disse que a redução de R$ 200 milhões nos investimentos previstos para o Grupo Eletrobras em 2013, que caíram de R$ 10,3 bilhões para R$ 10,1 bilhões, segundo documento divulgado na audiência, não é valor significativo. Segundo a ministra, a redução decorre de mudança no perfil das obras.
- Dá para dizer que esse valor é insignificante. Já tivemos alguns resultados e um ritmo que não é o mesmo do que anteriormente. Não é um número significante. Temos um sistema sólido, a última ocorrência (apagão) no Norte e Nordeste tudo indica que é falha humana. Não é problema do sistema. O Ministério de Minas e Energia determinou à Eletrobras e às outras operadoras um pente-fino em todas as instalações de transmissão - disse a ministra.
O PSDB protocolou em diferentes comissões temáticas da Câmara dos Deputados requerimentos de convocação do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e de convite aos diretores-gerais da Aneel, Nelson Hubner, e do ONS, Hermes Chipp, para explicar os apagões. Desde setembro, foram quatro eventos com as mesmas características.
Já a diretoria da Aneel aprovou o edital da licitação de linhas de transmissão que será realizado no dia 5 de dezembro, às 10h, na Bolsa de Valores de São Paulo. Foi imposto pela agência um requisito de habilitação técnica para evitar atrasos nas obras.
Atraso vai tirar empresas de leilão
O diretor Julião Coelho disse que se houver evidências de que as empresas tenham obras em atraso, fora do prazo que está estimado, elas não poderão participar como líder ou como controlador do consórcio que disputa o leilão. Poderão participar no máximo com 49% das cotas. O objetivo é evitar atrasos das obras, na mesma modelagem das usinas de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte. A medida poderá atingir as empresas do Grupo Eletrobras - Chesf, Furnas e Eletronorte, que estão com obras de transmissão atrasadas. (O Globo)
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