As elétricas brasileiras terão acesso hoje ao decreto que regulamenta a Medida Provisória 579, com mais detalhes sobre as novas regras para o setor. Enquanto muitas empresas aguardam receosas as mudanças sobre a renovação das concessões, Manoel Zaroni, presidente da Tractebel Energia, afirma que a empresa continuará sendo "competitiva" no mercado livre, comercializado para as empresas.
De acordo com o executivo, a redução de custo será maior no mercado cativo (disponível para os consumidores em geral). "Nossa avaliação é que vamos ter um custo menor no cativo, mas não o suficiente para ser tão competitivo como o mercado livre. Por outro lado, isso vai incentivar o consumo, vai ter mais demanda e mais mercado, o que é positivo."
Apesar de a medida prever que toda a energia das concessões renovadas irá para o mercado regulado, as distribuidoras estão sobrecontratadas e, conforme já afirmaram agentes do setor, há dúvidas sobre se o mercado regulado conseguirá absorver toda essa energia. O mercado avalia se parte dessa energia não poderia acabar no mercado livre. "A solução que vai ser dada, a gente não consegue visualizar ainda", disse Zaroni. "Nas nossas primeiras avaliações, podemos afirmar que continuaremos sendo competitivos no mercado livre", acrescentou.
O presidente da Tractebel também completa que a empresa não sofrerá impactos com a medida anunciada pelo governo na última semana. "Não temos usinas com concessão vencendo. A primeira é só daqui a 15 anos. A redução de encargos poderá afetar positivamente o resultado da Tractebel
já que os custos de transmissão poderão diminuir", analisou.
Cronograma - De acordo com Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as elétricas têm até o dia 15 de outubro para manifestar interesse na renovação. Na visão de Edson Luiz da Silva, diretor de planejamento e controle da Tractebel, alguns ajustes serão necessários, o que pode causar um adiamento do prazo. "Antecipar uma redução de receita não vai ser uma decisão fácil de ser tomada", opinou.
Enquanto a Tractebel conseguiu escapar dos impactos da nova medida, a Fitch Ratings, agência de classificação de riscos, emitiu um parecer em que acredita que as mudanças vão influenciar o desempenho da Eletrobras, Cteep e sua controladora ISA Capital do Brasil, além da Cemig. "A queda no fluxo de caixa para as companhias afetadas provavelmente levará a menor investimento no setor no futuro, que sofreria consequências negativas". (Brasil Econômico, com Reuters)
Leia também:
* Concessionárias irritadas
* O novo "novíssimo modelo" do setor elétrico
* Governo publica decreto que regulamenta MP 579
* Fiesp ataca Cesp e Cemig e elogia o pacote do governo
* Ações de elétricas envolvem mais riscos e menos dividendos
Leia também:
* Concessionárias irritadas
* O novo "novíssimo modelo" do setor elétrico
* Governo publica decreto que regulamenta MP 579
* Fiesp ataca Cesp e Cemig e elogia o pacote do governo
* Ações de elétricas envolvem mais riscos e menos dividendos