Se em maio de 2011 os investidores de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) apontavam como algozes da fonte a morosidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em aprovar os projetos e as altas cargas tributárias que incidem sobre esse tipo de projeto, o discurso teve outro tom na edição deste ano da Conferência de Centrais Hidrelétricas, realizada nesta terça-feira (21/8) em São Paulo. Desta vez, os agentes preferiram destacar a importância de se continuar aproveitando o potencial hidrelétrico do Brasil em beneficio à segurança e à qualidade que as hídricas proporcionam ao sistema elétrico.
Nos últimos dois anos nenhuma PCH foi contratada nos leilões promovidos pelo governo para a expansão da oferta de energia no País. Esse tipo de usina teve sucesso pela última vez no mercado regulado em 2010, com a comercialização de 210,5MW de capacidade instalada. Naquele ano, o valor médio pago por MWh girou em torno dos R$147.
De lá para cá, o cenário mudou, principalmente por causa da entrada das eólicas no jogo. Ano a ano, as usinas a vento vêm derrubando o preço da energia nos leilões. E nesse novo ambiente as pequenas centrais hidrelétricas acabaram ficando no banco de reservas, o que, segundo o setor, cria o risco de sucateamento de uma indústria que investiu cerca de R$16 bilhões nos últimos 15 anos.
"As PCHs são tão importantes (para o País) que a Aneel dá até incentivos na tarifa de transmissão", comentou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, que participou do evento. "São projetos que se viabilizam rapidamente; fáceis de se conectar à rede de distribuição; e não precisam de grandes investimentos em transmissão. Bem colocada na cascata, elas (PCHs) aproveitam a água e geram (energia). O Brasil é um País privilegiado e essa é a nossa matriz.”
Para Charles Lenzi, presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), o desafio das pequenas hídricas está em colocar as discussões além da barreira do setor elétrico. "Precisamos levar essa discussão à sociedade. A percepção que tenho é que a sociedade não tem noção da troca que estamos fazendo", disse o executivo, referindo-se ao processo de expansão da matriz conduzido principalmente por eólicas. "Em PCHs, temos um potencial enorme. São 7 mil MW muito bem desenvolvidos e outros 18 mil MW em estudo.", destacou Lenzi.
O discurso de Luiz Fernando Viana, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), não foi muito diferente. "Precisamos discutir uma mudança de opinião sobre as PCHs. O Brasil precisa crescer 3 mil MWmédios por ano. Na medida em que começamos a cercear as hidros, acredito que não estamos indo num bom caminho. Hoje está muito mais fácil viabilizar uma térmica do que uma hidrelétrica. Um dia essa conta vai ser paga".
Já Flávio Neiva, presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), se ocupou de destacar as vantagens das pequenas usinas, que estão quase sempre próximas aos pontos de consumo e têm "excelente aproveitamento hidrológico".(Jornal da Energia)
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Nos últimos dois anos nenhuma PCH foi contratada nos leilões promovidos pelo governo para a expansão da oferta de energia no País. Esse tipo de usina teve sucesso pela última vez no mercado regulado em 2010, com a comercialização de 210,5MW de capacidade instalada. Naquele ano, o valor médio pago por MWh girou em torno dos R$147.
De lá para cá, o cenário mudou, principalmente por causa da entrada das eólicas no jogo. Ano a ano, as usinas a vento vêm derrubando o preço da energia nos leilões. E nesse novo ambiente as pequenas centrais hidrelétricas acabaram ficando no banco de reservas, o que, segundo o setor, cria o risco de sucateamento de uma indústria que investiu cerca de R$16 bilhões nos últimos 15 anos.
"As PCHs são tão importantes (para o País) que a Aneel dá até incentivos na tarifa de transmissão", comentou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, que participou do evento. "São projetos que se viabilizam rapidamente; fáceis de se conectar à rede de distribuição; e não precisam de grandes investimentos em transmissão. Bem colocada na cascata, elas (PCHs) aproveitam a água e geram (energia). O Brasil é um País privilegiado e essa é a nossa matriz.”
Para Charles Lenzi, presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), o desafio das pequenas hídricas está em colocar as discussões além da barreira do setor elétrico. "Precisamos levar essa discussão à sociedade. A percepção que tenho é que a sociedade não tem noção da troca que estamos fazendo", disse o executivo, referindo-se ao processo de expansão da matriz conduzido principalmente por eólicas. "Em PCHs, temos um potencial enorme. São 7 mil MW muito bem desenvolvidos e outros 18 mil MW em estudo.", destacou Lenzi.
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Já Flávio Neiva, presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), se ocupou de destacar as vantagens das pequenas usinas, que estão quase sempre próximas aos pontos de consumo e têm "excelente aproveitamento hidrológico".(Jornal da Energia)
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