A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão de planejamento do setor elétrico vinculado ao Ministério de Minas e Energia, tem esquentado a cabeça para encontrar uma solução para os atrasos nas linhas de transmissão que vão escoar a energia gerada por parques eólicos. Nesta quarta-feira (29/8), em evento promovido pela dinamarquesa Vestas no Rio de Janeiro, o presidente da entidade, Maurício Tolmasquim, adiantou que pode ser até dada uma preferência, nos leilões A-3, a usinas que já tenham conexão definida.
“Poderíamos privilegiar no A-3 os parques que tem uma conexão já existente e, no A-5, a gente pode construir novas conexões. Isso teria que se discutir”, apontou. No primeiro tipo de licitação, o prazo para a conclusão dos parques é de três anos, enquanto, no segundo, é de cinco anos, o que dá mais tempo para a implantação de linhas necessárias.
O que faz com que a hipótese seja vista com receio pelo próprio Tolmasquim é o fato de que tal medida "reduziria muito a competição", tirando diversos parques das licitações. A discussão seguirá na EPE, mas qualquer novidade valeria somente a partir do ano que vem.
Tolmasquim também admitiu que achou “importante” uma proposta que aparece no edital do próximo leilão de linhas de transmissão, que ainda está em avaliação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A ideia do órgão regulador é limitar a participação nos certames de empresas com constantes atrasos na implantação de projetos.
Outra meta para reduzir os problemas é começar a fazer os leilões de geração logo no começo do ano, o que dá mais tempo para que os projetos contratados se ajustem. E para possíveis licitações posteriores de linhas de transmissão.
Tolmasquim ainda afirmou que, nessas licitações, a EPE tem cada vez mais colocado para licitação projetos de linhas de transmissão com alguma folga, “que já deixam espaço para a entrada de novos parques”.
As preocupações com os atrasos em transmissão existem há algum tempo, mas ganharam novos contornos depois que cerca de 636MW em usinas eólicas ficaram prontas antes das linhas que escoarão sua produção. Com isso, o consumidor brasileiro pagará R$377 milhões por uma energia que não será entregue de fato, uma vez que o edital do leilão que viabilizou esses projetos livrara os geradores da responsabilidade. (Jornal da Energia)
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