segunda-feira, 11 de junho de 2012

Eletrobras avalia aliança com chinesa State Grid

A Eletrobras pode fechar uma parceria com a chinesa State Grid para disputar os leilões das linhas de transmissão que conectarão a usina de Belo Monte, de 11.233 megawatts (MW), no Pará, às regiões Sudeste e Nordeste. O leilão do primeiro grupo de linhas está previsto para o segundo semestre. De acordo com estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o sistema todo somará mais de 6 mil km.


"Temos um memorando de entendimentos com eles (State Grid) [...] Há uma parceria em uma obra de transmissão de Furnas, mas é pequena. Para os projetos maiores, não obtivemos sucesso nas primeiras negociações. Mas estamos abertos. Podemos participar na linha de Belo Monte", afirmou o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto.

As linhas de Belo Monte são declaradamente o principal alvo da State Grid no Brasil no curto prazo. Conta a favor da chinesa a experiência na construção e operação de linhas de transmissão de corrente contínua e em extra-alta tensão, acima de 800 quilovolts (kV). Esse é justamente o modelo de linha que a EPE estuda para a integração de Belo Monte com a região Sudeste.

Já a Eletrobras planeja ter uma participação no projeto por ser considerado estratégico para o abastecimento elétrico do país. Com esse mesmo objetivo, a estatal brasileira, por meio de Furnas, Eletrosul e Chesf, participa dos consórcios responsáveis pelas obras das duas linhas de transmissão, de 2,4 mil km de extensão cada, que vão integrar o complexo hidrelétrico do Rio Madeira (RO) a São Paulo.


A Eletrobras está costurando com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um financiamento da ordem de R$ 5,5 bilhões para sustentar seu programa de investimentos para este ano, de R$ 13 bilhões. Segundo Carvalho Neto, a linha básica do empréstimo já está definida e a operação deve ser aprovada dentro de um mês.

"Parte dos recursos para os investimentos deste ano virá da própria Eletrobras e parte de um financiamento do BNDES. A estruturação está praticamente completa", explicou. Os desembolsos serão feitos gradativamente, de acordo com a necessidade de aportes nos projetos em andamento. (Valor Econômico)



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