sexta-feira, 1 de junho de 2012

Cemig avalia Celpa e espera sinal da Iberdrola

A Cemig está avaliando a possibilidade de compra de participação na Centrais Elétricas do Pará (Celpa), distribuidora controlada pelo grupo Rede e que está em processo de recuperação judicial. Segundo o diretor-presidente da estatal mineira, Djalma Bastos de Morais, no entanto, não existe nenhuma negociação em andamento.

"Estamos estudando. Temos interesse sempre que agregar valor para a empresa", afirmou ontem o executivo, durante a inauguração da pequena central hidrelétrica (PCH) de Paracambi, no Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 200 milhões e 25 megawatts (MW) de potência, a usina é uma parceria da Cemig (49%) com a Light (51%).

A estatal mineira também está disposta a entrar na briga pela fatia de 39% da espanhola Iberdrola na Neoenergia. "Me parece que a Iberdrola está esperando um pouco mais para viabilizar [a venda] desses ativos da Neoenergia", contou Morais.

A espanhola tem procurado compradores para sua participação acionária na Neoenergia, já que não obteve sucesso na negociação com os demais sócios para se tornar majoritária na elétrica, que era o seu objetivo inicial. Os outros 61% da Neoenergia são do Banco do Brasil e da Previ.

A Neoenergia é dona de três distribuidoras: Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN). A empresa também tem participação em projetos de geração, entre eles 10% de Belo Monte, hidrelétrica de 11,2 mil MW em construção no rio Xingu, no Pará. A Cemig e a Light também são sócias no megaempreendimento, com 9,77% de participação.

A estatal mineira e sua controlada Light também pretendem participar juntas do próximo leilão de energia do tipo "A-5" (com entrega de energia prevista para 2017), em outubro. As empresas devem repetir o modelo - 51% da Light e 49% da Cemig - inclusive para projetos hidrelétricos localizados fora do estado do Rio de Janeiro. "A Cemig está viabilizando a Light como seu instrumento de geração de energia", disse Morais.

As duas empresas também aguardam decisão do Ministério de Minas e Energia para tocar as obras da hidrelétrica de Itaocara, de 150 MW, no Rio de Janeiro. Investimento de R$ 800 milhões, o projeto precisa de uma postergação da data de início de concessão para ser implementado.

Segundo o diretor de Energia da Light, Evandro Vasconcelos, a concessão da usina foi obtida há mais de dez anos, ainda sob o modelo regulatório anterior. Como a usina conseguiu a licença ambiental prévia apenas em dezembro de 2011, ela não teve como ser construída antes dessa data. A Light então solicitou ao ministério que alterasse a data de início do período de concessão da usina para este ano.

"Nossa concessão é de 35 anos. Já perdemos 12 anos de receita. Teríamos que passar a contar a concessão a partir de hoje, e não de quanto ela foi licitada", explicou Vasconcelos. "Se o governo não mudar o início da concessão, não tem como fazer [a obra]. Não é viável", completou o executivo. Segundo ele, o pedido tem parecer favorável da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (Valor Econômico)


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