terça-feira, 8 de maio de 2012

Governo pode adiar leilão A-5 para esperar hidrelétricas

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta terça-feira (8/5) que está à frente de uma complicada decisão. O leilão de energia A-5, que estava marcado para 26 de abril, já foi postergado por uma vez, para 16 de agosto, e agora a dúvida é sobre confirmar ou não um novo adiamento. Isso porque as hidrelétricas previstas para o certame - UHE Sinop, UHE Cachoeira Caldeirão e, principalmente, UHE São Manoel, a maior delas - ainda não obtiveram licença ambiental prévia.

"O leilão A-5 é muito voltado para as hídricas porque você precisa de cinco anos para construir uma usina dessas. É uma pena um A-5 sem hidrelétricas. Aí a gente vai ter que tomar uma decisão. Sou favorável a esperar o máximo possível pelas hidrelétricas", argumenta Tolmasquim.

Até o momento, somente as hidrelétricas do rio Parnaíba possuem licença prévia. Esses empreendimentos, porém, já foram oferecidos em dois leilões sem atrair o interesse dos investidores, devido ao alto custo das compensações ambientais atreladas aos projetos.

Apesar da escassa oferta de usinas de geração hídrica para serem licitadas, Tolmasquim afirma que há muitos projetos em fase de estudo que devem aparecer em breve. Um exemplo são as primeiras usinas do rio Tapajós - UHE São Luiz do Tapajós e UHE Jatobá. Essas plantas têm a previsão de estarem prontas para ir a certames "no final de 2013 ou no início de 2014".

Tais usinas seriam as primeiras do tipo plataforma, em que a operação será feita por operários levados de helicóptero, para que a presença humana seja a menor possível e a conservação ambiental seja máxima. Tolmasquim adianta que estão em andamento conversas entre a EPE e o Ministério de Minas e Energia para desenvolver um meio de definir quais usinas podem ser feitas nessa região e na bacia do rio Juruena.

"Você tem um software que tenta analisar cada um dos biomas nessas bacias e ver quais poderia se preservar. Vamos trabalhar nisso até o final do semestre para tomar uma decisão", aponta o dirigente da EPE. Segundo ele, o objetivo é balancear o planejamento energético e o ambiental, lado a lado, o que pode levar até ao descarte de algumas plantas previstas. (Jornal da Energia)

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