O processo de venda dos parques eólicos da Dobrevê Energia (Desa), que pertence às famílias donas da Malwee e da Natura, pode marcar a entrada de um novo investidor estrangeiro na geração de energia eólica no país. Foi grande o número de empresas que avaliaram os ativos, mas apenas AES Brasil, Energisa e EDF continuam na disputa, segundo fontes do mercado financeiro a par das negociações. Se ficarem com os ativos, tanto a americana AES como a francesa EDF estreariam no Brasil nesse segmento.
A maior parte dos 205 MW em capacidade instalada das eólicas da Desa já está praticamente pronta para operar na cidade de João Câmara, no Rio Grande do Norte. Estima-se que os investimentos totais nos parques sejam de R$ 1 bilhão, já corrigidos pela inflação, e boa parte financiada pelo BNDES.
Fontes próximas às negociações dizem que a AES Brasil é quem tem uma das melhores propostas e em estágio de negociação mais avançado, mas sua proposta pode travar justamente no financiamento do BNDES. Como o banco é financiador dos projetos, precisa dar uma espécie de aval no caso de troca de controle. Se não autorizar a transferência dos empréstimos, eles precisam ser pagos antecipadamente. O grande problema da AES com o BNDES seria político. Até pouco tempo, a empresa americana estava inadimplente com o banco em uma pendência ainda remanescente da compra de parte dos ações da Cemig. As pendências eram remanescentes dos processos de privatização do setor elétrico no governo Fernando Henrique Cardoso.
Nenhuma das companhias quis fazer comentários sobre o assunto, alegando se tratarem de especulações de mercado. Há alguns anos, entretanto, a AES manifestou publicamente seu desejo de investir em geração eólica no país, mas não concretizou o projeto até agora. A compra dos parques da Desa seria uma porta de entrada no Brasil nesta área de geração, já que no mundo a americana tem mais de 6 mil MW em projetos eólicos.
A outra concorrente, o grupo francês EDF, também já declarou desejo de investir em geração eólica no país. Há seis anos a empresa que pertence ao governo francês vendeu sua participação na Light e reduziu drasticamente seu tamanho no país, permanecendo apenas com ativos de geração termelétrica. Mas no ano passado, o presidente da companhia esteve no país e falou publicamente do desejo da empresa de ampliar presença no Brasil.
Já o grupo nacional Energisa não é mais novato no setor de eólicas. No ano passado, a empresa, que pertence à família mineira Botelho, venceu o leilão de eólicas e vai construir parques com capacidade de gerar 150 MW de energia. A Energisa tem saído às compras nos últimos meses e compra uma série de pequenas centrais hidrelétricas. Segundo fonte do mercado financeiro, a proposta do grupo, entretanto, para a Desa não seria a de comprar a totalidade dos ativos, mas sim em fazer parceria.
O controle da Dobrevê Energia pertence à família dona do grupo Malwee e 25% está nas mãos de um fundo da família que controla a empresa de cosméticos Natura. (Valor Econômico)
Leia também:
* Pinga-Fogo Setor Elétrico: Aneel, Furnas/Eletronorte e Cteep
* Aneel quer regulamentar republicações do PLD ainda neste ano
* Aneel define temas prioritários para os próximos dois anos
* Agência abre consulta pública para discutir o SIG-R
A maior parte dos 205 MW em capacidade instalada das eólicas da Desa já está praticamente pronta para operar na cidade de João Câmara, no Rio Grande do Norte. Estima-se que os investimentos totais nos parques sejam de R$ 1 bilhão, já corrigidos pela inflação, e boa parte financiada pelo BNDES.
Fontes próximas às negociações dizem que a AES Brasil é quem tem uma das melhores propostas e em estágio de negociação mais avançado, mas sua proposta pode travar justamente no financiamento do BNDES. Como o banco é financiador dos projetos, precisa dar uma espécie de aval no caso de troca de controle. Se não autorizar a transferência dos empréstimos, eles precisam ser pagos antecipadamente. O grande problema da AES com o BNDES seria político. Até pouco tempo, a empresa americana estava inadimplente com o banco em uma pendência ainda remanescente da compra de parte dos ações da Cemig. As pendências eram remanescentes dos processos de privatização do setor elétrico no governo Fernando Henrique Cardoso.
Nenhuma das companhias quis fazer comentários sobre o assunto, alegando se tratarem de especulações de mercado. Há alguns anos, entretanto, a AES manifestou publicamente seu desejo de investir em geração eólica no país, mas não concretizou o projeto até agora. A compra dos parques da Desa seria uma porta de entrada no Brasil nesta área de geração, já que no mundo a americana tem mais de 6 mil MW em projetos eólicos.
A outra concorrente, o grupo francês EDF, também já declarou desejo de investir em geração eólica no país. Há seis anos a empresa que pertence ao governo francês vendeu sua participação na Light e reduziu drasticamente seu tamanho no país, permanecendo apenas com ativos de geração termelétrica. Mas no ano passado, o presidente da companhia esteve no país e falou publicamente do desejo da empresa de ampliar presença no Brasil.
Já o grupo nacional Energisa não é mais novato no setor de eólicas. No ano passado, a empresa, que pertence à família mineira Botelho, venceu o leilão de eólicas e vai construir parques com capacidade de gerar 150 MW de energia. A Energisa tem saído às compras nos últimos meses e compra uma série de pequenas centrais hidrelétricas. Segundo fonte do mercado financeiro, a proposta do grupo, entretanto, para a Desa não seria a de comprar a totalidade dos ativos, mas sim em fazer parceria.
O controle da Dobrevê Energia pertence à família dona do grupo Malwee e 25% está nas mãos de um fundo da família que controla a empresa de cosméticos Natura. (Valor Econômico)
Leia também:
* Pinga-Fogo Setor Elétrico: Aneel, Furnas/Eletronorte e Cteep
* Aneel quer regulamentar republicações do PLD ainda neste ano
* Aneel define temas prioritários para os próximos dois anos
* Agência abre consulta pública para discutir o SIG-R