O atual modelo do setor elétrico - em que são realizados leilões para a contratação de projetos de geração de energia e o preço define as fontes que serão contempladas - foi colocado em xeque por especialistas nesta quarta-feira (8/2), durante o Wind Forum, em São Paulo. Os agentes também criticaram a expansão da transmissão, que tem enfrentado diversos atrasos, e pediram uma visão de longo prazo para que as linhas não sigam sendo licitadas somente depois das usinas.
“O preço não pode ser o elemento de comando da expansão da matriz. Isso é política de governo. E ainda mais na questão da localização. (Contratando em leilões por preço) você pode colocar essa usina em qualquer lugar e depois gastar muita grana para fazer a transmissão. O custo global pode ser mais caro”, apontou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp.
Apesar de os leilões por preço terem levado a uma grande expansão da contratação de parques eólicos, a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) fez coro a Chipp. “Temos que buscar uma modicidade tarifária sustentável. A matriz tem que ser pensada de maneira estratégica. E hoje quem vem guiando ela é o preço”, lamentou.
Para Élbia, a preocupação em criar a maior competição possível nasceu de uma tendência de custos crescentes na geração de energia que não se confirmou. Como a cada certame as tarifas têm sido menores, seria possível mudar. “Não faz mais sentido ter essa esquizofrenia de preço. Isso leva você a ser ineficiente no longo prazo”, criticou a executiva.
No caso dos parques eólicos, a busca pela menor tarifa sempre tem feito com que parques não usem os equipamentos com maior fator de capacidade. Na semana passada, em evento no Rio de Janeiro, empreendedores do setor admitiram que muitas vezes o custo-benefício, na hora de criar um preço baixo, faz com que os parques gerem menos do que poderiam. Isso porque o ganho de energia com uma máquina mais eficiente não resultaria em uma retração significativa na tarifa.
Para Ricardo Pigatto, da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), certames por fonte e regionais – como defende também o ONS – são “uma obviedade” que não é colocada em prática devido a “dogmas” do atual modelo. “Temos que sair do leilão só por preço, de colocar todas fontes para competir e depois sair correndo atrás com transmissão. O modelo está aí para ser mudado. Ali na frente vamos acabar pagando mais caro por essa energia”, opinou.
O ponto de a transmissão ter que correr atrás da geração, uma vez que os leilões das linhas são realizados depois dos de usinas, também foi alvo de duros ataques durante o evento em São Paulo. Até porque parte das usinas eólicas que deveriam entrar em operação no meio deste ano vai esbarrar no atraso das instalações de conexão – as chamadas ICGs.
O presidente da Galvão Energia, Otávio Silveira, sugeriu que as linhas sejam feitas antes e com certa folga de capacidade. “O vento está lá. A solução é uma política de Estado, é pensar grande. Dotar os grandes bolsões eólicos de linhões. Pode ser que no começo não ocupe tudo (a capacidade), mas em cinco, oito anos, vai ocupar. E vai atrair indústria, que hoje não se instala na região porque não tem como se conectar”. (Jornal da Energia)
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Apesar de os leilões por preço terem levado a uma grande expansão da contratação de parques eólicos, a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) fez coro a Chipp. “Temos que buscar uma modicidade tarifária sustentável. A matriz tem que ser pensada de maneira estratégica. E hoje quem vem guiando ela é o preço”, lamentou.
Para Élbia, a preocupação em criar a maior competição possível nasceu de uma tendência de custos crescentes na geração de energia que não se confirmou. Como a cada certame as tarifas têm sido menores, seria possível mudar. “Não faz mais sentido ter essa esquizofrenia de preço. Isso leva você a ser ineficiente no longo prazo”, criticou a executiva.
No caso dos parques eólicos, a busca pela menor tarifa sempre tem feito com que parques não usem os equipamentos com maior fator de capacidade. Na semana passada, em evento no Rio de Janeiro, empreendedores do setor admitiram que muitas vezes o custo-benefício, na hora de criar um preço baixo, faz com que os parques gerem menos do que poderiam. Isso porque o ganho de energia com uma máquina mais eficiente não resultaria em uma retração significativa na tarifa.
Para Ricardo Pigatto, da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), certames por fonte e regionais – como defende também o ONS – são “uma obviedade” que não é colocada em prática devido a “dogmas” do atual modelo. “Temos que sair do leilão só por preço, de colocar todas fontes para competir e depois sair correndo atrás com transmissão. O modelo está aí para ser mudado. Ali na frente vamos acabar pagando mais caro por essa energia”, opinou.
O ponto de a transmissão ter que correr atrás da geração, uma vez que os leilões das linhas são realizados depois dos de usinas, também foi alvo de duros ataques durante o evento em São Paulo. Até porque parte das usinas eólicas que deveriam entrar em operação no meio deste ano vai esbarrar no atraso das instalações de conexão – as chamadas ICGs.
O presidente da Galvão Energia, Otávio Silveira, sugeriu que as linhas sejam feitas antes e com certa folga de capacidade. “O vento está lá. A solução é uma política de Estado, é pensar grande. Dotar os grandes bolsões eólicos de linhões. Pode ser que no começo não ocupe tudo (a capacidade), mas em cinco, oito anos, vai ocupar. E vai atrair indústria, que hoje não se instala na região porque não tem como se conectar”. (Jornal da Energia)
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