A discussão em torno da necessária redução das emissões de gases do efeito estufa tem se acirrado no mundo e deve voltar com força ainda neste ano, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, - a Rio + 20 - que será sedidada no Rio de Janeiro em junho. Mas, para o instituto Acende Brasil, que se propõe a ser um centro de estudos e observatório do setor elétrico, o cenário brasileiro possibilita que as empresas de energia fiquem de fora das polêmicas envolvendo o assunto.
Um estudo apresentado nesta segunda-feira (6/2) pela entidade aponta que, no mundo, a geração de energia elétrica é a principal responsável pelo CO2, com 28,5 milhões de toneladas emitidas em 2005 - o que representa 28,8% do total. Mas, no Brasil, a matriz limpa, com ampla presença de hidrelétricas, faz com que o setor elétrico responda por apenas 1,2% das emissões nacionais.
"Apesar de o Brasil ser o terceiro maior emissor de GEEs global, atrás apenas de China e Estados Unidos, os setores nacionais responsáveis por essa posição são muito diferentes do perfil típico mundial", afirma o Acende Brasil. Para o centro de estudos, "é crucial perceber que o desmatamento é o maior responsável pelas emissões do País e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) estipula metas para redução progressiva do desmatamento".
A análise do instituto destaca que "o potencial de redução de emissões do setor elétrico brasileiro é pequeno" e que, para 2030, a previsão é de que essa capacidade de redução seja de 0,4%. Para isso, seriam necessárias ações que custarão até 60 euros por tonelada de CO2 equivalente evitada. O valor é sete vezes superior ao gasto para evitar a emissão de uma tonelada de CO2 decorrente de desmatamento ilegal. "Esta diferença na relação custo-benefício precisa ser considerada pelos formuladores de políticas públicas", defende o Acende Brasil.
Para a entidade, "quando se dispõe de recuros limitados, o esforço deve ser concentrado nos setores onde, com o menor investimento, é possível obter os melhores resultados". O estudo chega a apresentar propostas, pelas quais as áreas da economia com maior potencial e custos menores "devem ter metas mais agressivas". Além disso, poderiam ser criados tetos e taxas para emissões de carbono provenientes do consumo de combustíveis fósseis em todos os setores - transporte, indústria, energia e até residências e comércios.
Ainda assim, o estudo aponta que as emissões do setor elétrico brasileiro devem triplicar a participação até 2030 e chegar a representar 3,2% do total do País. Ao mesmo tempo, no mundo, essa área deve responder por 26,8% do CO2. No geral, considerando toda a economia, as emissões brasileiras crescerão 29,7% no Brasil nesse período, contra uma alta de 61,7% ao redor do globo.
"O aumento relativo das emisões do setor elétrico justifica a preocupação e a definição de ações que estabilizem as emissões, sempre considerando a segurança do sistema e os impactos sobre o meio ambiente e a sociedade", pondera o Acende Brasil. Mas, para a entidade, a perspectiva para o período após 2020 é justamente essa, de estabilizar o CO2 devido à entrada em operação de grandes hidrelétricas e eólicas. E "a manutenção de um parque termelétrico será sempre necessária para dar segurança ao sistema", segundo a análise, principalmente devido ao próprio crescimento das hidrelétricas - agora sem reservatório - e das eólicas, pela intermitência da fonte. Clique aqui para acessar a íntegra do documento. (Jornal da Energia)
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* Consumo cresceu 3,4% no ano passado
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Um estudo apresentado nesta segunda-feira (6/2) pela entidade aponta que, no mundo, a geração de energia elétrica é a principal responsável pelo CO2, com 28,5 milhões de toneladas emitidas em 2005 - o que representa 28,8% do total. Mas, no Brasil, a matriz limpa, com ampla presença de hidrelétricas, faz com que o setor elétrico responda por apenas 1,2% das emissões nacionais.
"Apesar de o Brasil ser o terceiro maior emissor de GEEs global, atrás apenas de China e Estados Unidos, os setores nacionais responsáveis por essa posição são muito diferentes do perfil típico mundial", afirma o Acende Brasil. Para o centro de estudos, "é crucial perceber que o desmatamento é o maior responsável pelas emissões do País e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) estipula metas para redução progressiva do desmatamento".
A análise do instituto destaca que "o potencial de redução de emissões do setor elétrico brasileiro é pequeno" e que, para 2030, a previsão é de que essa capacidade de redução seja de 0,4%. Para isso, seriam necessárias ações que custarão até 60 euros por tonelada de CO2 equivalente evitada. O valor é sete vezes superior ao gasto para evitar a emissão de uma tonelada de CO2 decorrente de desmatamento ilegal. "Esta diferença na relação custo-benefício precisa ser considerada pelos formuladores de políticas públicas", defende o Acende Brasil.
Para a entidade, "quando se dispõe de recuros limitados, o esforço deve ser concentrado nos setores onde, com o menor investimento, é possível obter os melhores resultados". O estudo chega a apresentar propostas, pelas quais as áreas da economia com maior potencial e custos menores "devem ter metas mais agressivas". Além disso, poderiam ser criados tetos e taxas para emissões de carbono provenientes do consumo de combustíveis fósseis em todos os setores - transporte, indústria, energia e até residências e comércios.
Ainda assim, o estudo aponta que as emissões do setor elétrico brasileiro devem triplicar a participação até 2030 e chegar a representar 3,2% do total do País. Ao mesmo tempo, no mundo, essa área deve responder por 26,8% do CO2. No geral, considerando toda a economia, as emissões brasileiras crescerão 29,7% no Brasil nesse período, contra uma alta de 61,7% ao redor do globo.
"O aumento relativo das emisões do setor elétrico justifica a preocupação e a definição de ações que estabilizem as emissões, sempre considerando a segurança do sistema e os impactos sobre o meio ambiente e a sociedade", pondera o Acende Brasil. Mas, para a entidade, a perspectiva para o período após 2020 é justamente essa, de estabilizar o CO2 devido à entrada em operação de grandes hidrelétricas e eólicas. E "a manutenção de um parque termelétrico será sempre necessária para dar segurança ao sistema", segundo a análise, principalmente devido ao próprio crescimento das hidrelétricas - agora sem reservatório - e das eólicas, pela intermitência da fonte. Clique aqui para acessar a íntegra do documento. (Jornal da Energia)
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