segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: Furnas, Neoenergia e Eletrobras

Furnas e BID fecham acordo para modernização de hidrelétricas
Furnas e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram  acordo para o financiamento parcial de até US$ 128 milhões para modernização das usinas hidrelétricas de Furnas, em Minas Gerais, e Luis Carlos Barreto, na divida de Minas com São Paulo.“Para ser aprovado, o processo de avaliação do BID requereu o cumprimento de requisitos ambientais, financeiros, legais e de engenharia”, diz a nota divulgada pela estatal.O comunicado diz ainda que a Furnas é a primeira estatal federal da área de geração e transmissão de energia a obter esta modalidade de financiamento.Além do presidente de Furnas, Flávio Decat, estavam presentes no ato de assinatura o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto; o diretor Financeiro de Furnas, Nilmar Foletto; a procuradora geral da Fazenda, Fabiani Fadel Borin; e Fernando Glasman, encarregado da representação do BID no Brasil.O presidente de Furnas comemorou ainda o investimento da empresa no segmento das eólicas e o uso da tecnologia alemã na construção dos novos parques eólicos. O consórcio formado por Furnas (49%) e Alupar Investimentos S.A. (51%) garantiu a venda de 204 MW de energia eólica no último leilão da Aneel. As empresas construirão em parceria dez parques eólicos no município de Aracati, no Ceará, com investimentos da ordem de R$ 800 milhões. Furnas já está construindo, em parceria com grupos empresariais, os parques eólicos Miassaba III e Rei dos Ventos I e III, que vão entrar em operação no início de 2012. Em 2014 será a vez dos parques Famosa I, Rosada, Pau Brasil e São Paulo. Concentrados na Região Nordeste, os sete empreendimentos em construção somados aos dez empreendimentos recém adquiridos, elevam para 500 MW a potência em projetos de geração de energia eólica da empresa.
Neoenergia prevê investimentos de cerca de R$ 3,8 bilhões para 2012
O conselho de administração do Grupo Neoenergia, aprovou para o orçamento de 2012 o investimento de R$ 3,8 bilhões, 81% maior que o desembolso de R$ 2,1 bilhões realizado em 2011. Os recursos para o próximo ano serro destinados a ampliação e melhoria da qualidade da rede de distribuição na região onde detém concessões e na diversificação de fontes de energia limpas, como a geração hidráulica e eólica. Para levar energia a mais pessoas e melhorar ainda mais sua eficiência, o Grupo Neoenergia vai investir R$ 1,9 bilhão em distribuição de energia, sendo R$ 804 milhões na ligação de 400 mil novos clientes e expansão da rede com a construção 10 novas subestações, R$ 571 milhões no Programa Luz Para Todos de eletrificação rural com a ligação de 25 mil novos consumidores rurais. Além disso, R$ 413 milhões ficaram para a manutenção da qualidade da rede existente e R$ 76 milhões na melhoria de infra-estrutura.Em geração, os investimentos do grupo em 2012 serão de R$ 1,9 bilhão e se concentrarão na ampliação de seu parque gerador. Alem dos 1.588 MW em operação, estão em construção as usinas hidrelétricas de Teles Pires (1.820 MW), na qual o Grupo tem 50,1% de participação, e Belo Monte (11.233 MW), com participação de 10%. "Temos a convicção de que o valor aprovado trará desenvolvimento sustentável para as regiões onde o Grupo Neoenergia atua, auxiliará no crescimento do país e garantirá eficiência nos resultados" destacou Marco Geovanne, Presidente do Conselho de Administração da companhia e Diretor de Participações da Previ. Segundo o presidente da Neoenergia, Marcelo Corrêa, o nível de investimentos da empresa vem sendo crescente e isso é possível graças a sua solidez financeira, ao esforço conjunto dos seus acionistas. O Grupo arrematou ainda em leilão de transmissão a concessão para instalação da subestação de 230/69 kV Extremoz, com valor de investimento previsto de R$ 22 milhões, que dará maior confiabilidade ao sistema de distribuição da Cosern no Rio Grande do Norte, reduzindo das perdas técnicas.


Eletrobras mantém plano de avançar no mercado internacional 
"A Eletrobras apresentou uma excelente proposta, cuidadosamente elaborada com foco no crescimento da EDP e na agregação de valor aos acionistas. O Projeto Estratégico apresentado previa investimentos conjuntos que fortaleceriam o posicionamento das duas empresas no mercado internacional", afirmou ele. "Nosso Planejamento Estratégico para 2020 aponta uma meta de termos 10% de nosso faturamento vindo de operações internacionais. Essa meta não foi alterada e temos confiança de que a atingiremos", completou. Apesar de o governo português anunciar que a chinesa Three Gorges foi a vencedora da concorrência por 21,35% da EDP na Europa, o negócio ainda precisa passar pelo crivo de agentes reguladores do Brasil e dos Estados Unidos, onde a companhia elétrica lusitana detém empresas de geração e distribuição. Por aqui, antes de oficializar a entrada da chinesa, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) precisará analisar o que se chama Pedido de Transferência de Controle Acionário - e não há prazo para a apreciação desse processo, segundo a assessoria do órgão federal. Por este motivo, a Eletrobras ainda não acredita que o negócio esteja totalmente fechado. Além disso, há a possibilidade de que acionistas minoritários possam vender sua fatia a investidores interessados em se desfazer de suas posições. Mesmo com a venda aos chineses, o capital da EDP ainda continua bastante pulverizado, sendo a Three Gorges (21,35%), Parpública (3,70%), Iberdrola (6,79%), Caja de Ahorros (5,01%), Senfora (4,06%), Norges Bank (2,76%), Sonatrach (2,23%), Caixa Geral de Depósitos (0,61%), EDP (0,87%), outros acionistas (40,28%) e três empresas que podem se desfazer de forma mais imediata, que são o Grupo Mello (4,82%), BCP (3,37%) e o BES (2,12%).Na avaliação do diretor de Administração da Eletrobras, Miguel Colasuono, o maior foco dos chineses é entrar no mercado europeu. De acordo com ele, a empresa já esperava esse desfecho, uma vez que Carvalho Neto relatou à diretoria a evolução das tratativas entre os chineses e o governo de Portugal nos últimos dias. Hoje, a EDP possui cerca de metade do capital da Energias do Brasil; o resto das ações está dividido entre diversos investidores. Isso significa que a chinesa poderia ter no máximo 25% da empresa aqui, no País. (DCI)