A falta de contratos firmes de fornecimento de gás natural com a Petrobras e a dificuldade de obter o licenciamento ambiental para as grandes hidroelétricas planejadas para a Região Norte do País deverá levar a fonte eólica a se sobressair novamente - desta vez, no leilão de energia A-5 (para empreendimentos que devem entrar em operação em 2016). Essa é a estimativa do diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Nelson Hubner.
Na avaliação do executivo, que esteve reunido com empresários na sede da Abdib ontem em São Paulo, as duas maiores hidroelétricas que entrariam na disputa marcada para 20 de dezembro estão descartadas para o certame. Os projetos, a de Sinop (400 MW) e de São Manoel (700 MW), ambas no rio Teles Pires (MT), estavam nos planos da Eletrobras, segundo disse ao DCI o presidente da estatal, José Carvalho da Costa.
"Com esse fato, acredito que a participação da eólica será forte na disputa deste mês", afirmou Hubner. "A fonte eólica não é a ideal para esse tipo de leilão, mas ou o Brasil contrata essa energia ou coloca as térmicas, o que sinceramente me deixa envergonhado, afinal o mundo inteiro vem discutindo o final das construções dessas usinas e o Brasil foi o único no mundo a contratar esse tipo de energia a partir de combustíveis fósseis líquidos, e o pior é que não vem nem um ambientalista reclamar e se manifestar contra esse tipo de geração de energia", provocou ele, ao se referir às dificuldades impostas ao licenciamento de grandes usinas hidroelétricas, como as de Santo Antônio e Jirau, atualmente em construção no rio Madeira (RO). "Parecemos criminosos ao querer usinas hidroelétricas ao invés de termoelétricas, que são muito mais poluentes", complementou.
Apesar dessa perspectiva de pouca participação das hidroelétricas, tipo de empreendimento que caracteriza o leilão A-5, o governo continua trabalhando para aumentar a disponibilidade de projetos dessa natureza para serem contratados este mês.
A Aneel aprovou o estudo de viabilidade da Usina Hidrelétrica (UHE) São Roque, planejada para ser construída no rio Canoas, em Santa Catarina. A usina tem previsão de potência instalada de 135 megawatts (MW), com uma garantia física de 90,9 megawatts médios (MWmed). Com a aprovação dos estudos, essa energia poderá ser comercializada no próximo leilão de energia nova.
Além disso, como apenas três hidroelétricas possuem licença ambiental, obrigatória para poder ir a licitação, o governo ampliou o prazo para que os interessados no leilão apresentem as licenças prévias. Todas as usinas que poderão participar da disputa estão na Bacia do Parnaíba, são de pequeno porte e são ofertadas em conjunto.
Belo Monte - O diretor-geral da Aneel rebateu a campanha com atores pela paralisação de Belo Monte. Em sua opinião, as informações que são veiculadas confundem a opinião pública, pois omitem dados técnicos sobre a eólica que inviabilizariam a sua implantação como substituta à usina em função da capacidade de geração. (DCI)
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Na avaliação do executivo, que esteve reunido com empresários na sede da Abdib ontem em São Paulo, as duas maiores hidroelétricas que entrariam na disputa marcada para 20 de dezembro estão descartadas para o certame. Os projetos, a de Sinop (400 MW) e de São Manoel (700 MW), ambas no rio Teles Pires (MT), estavam nos planos da Eletrobras, segundo disse ao DCI o presidente da estatal, José Carvalho da Costa.
"Com esse fato, acredito que a participação da eólica será forte na disputa deste mês", afirmou Hubner. "A fonte eólica não é a ideal para esse tipo de leilão, mas ou o Brasil contrata essa energia ou coloca as térmicas, o que sinceramente me deixa envergonhado, afinal o mundo inteiro vem discutindo o final das construções dessas usinas e o Brasil foi o único no mundo a contratar esse tipo de energia a partir de combustíveis fósseis líquidos, e o pior é que não vem nem um ambientalista reclamar e se manifestar contra esse tipo de geração de energia", provocou ele, ao se referir às dificuldades impostas ao licenciamento de grandes usinas hidroelétricas, como as de Santo Antônio e Jirau, atualmente em construção no rio Madeira (RO). "Parecemos criminosos ao querer usinas hidroelétricas ao invés de termoelétricas, que são muito mais poluentes", complementou.
Apesar dessa perspectiva de pouca participação das hidroelétricas, tipo de empreendimento que caracteriza o leilão A-5, o governo continua trabalhando para aumentar a disponibilidade de projetos dessa natureza para serem contratados este mês.
A Aneel aprovou o estudo de viabilidade da Usina Hidrelétrica (UHE) São Roque, planejada para ser construída no rio Canoas, em Santa Catarina. A usina tem previsão de potência instalada de 135 megawatts (MW), com uma garantia física de 90,9 megawatts médios (MWmed). Com a aprovação dos estudos, essa energia poderá ser comercializada no próximo leilão de energia nova.
Além disso, como apenas três hidroelétricas possuem licença ambiental, obrigatória para poder ir a licitação, o governo ampliou o prazo para que os interessados no leilão apresentem as licenças prévias. Todas as usinas que poderão participar da disputa estão na Bacia do Parnaíba, são de pequeno porte e são ofertadas em conjunto.
Belo Monte - O diretor-geral da Aneel rebateu a campanha com atores pela paralisação de Belo Monte. Em sua opinião, as informações que são veiculadas confundem a opinião pública, pois omitem dados técnicos sobre a eólica que inviabilizariam a sua implantação como substituta à usina em função da capacidade de geração. (DCI)
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