A nova configuração da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, para operar com 50 turbinas, aumentando sua geração para 3.568,8 megawatts (MW), também terá efeitos sobre o sistema de transmissão e conexão das duas usinas, que serão ligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). É o que informou Hermes Chipp, presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ao secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho. Na correspondência com data de 14 de setembro, Chipp explica que o acréscimo de máquinas totalizando uma geração de 450 MW já autorizado para a usina praticamente esgota a margem de folga no sistema de transmissão projetado.
"O ONS entende que, tendo em vista o exposto no item 1 [acréscimo de máquinas de Jirau], no caso da UHE Santo Antônio, que compartilha com a UHE Jirau a mesma rede transmissão para escoamento de sua energia, a viabilização da expansão do número de máquinas em sua usina estará condicionada à implantação da expansão do sistema de transmissão associado, cuja definição da topologia é de responsabilidade da EPE", afirma Chipp, em trecho da carta obtida pelo Valor.
A polêmica entre os dois empreendedores também divide técnicos da própria Aneel. O Valor teve acesso a um documento no qual técnicos da área de regulação criticam posicionamento adotado pela superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos.
O "imbróglio" envolvendo as usinas do Madeira afeta simultaneamente três controladas da estatal Eletrobras. Enquanto Furnas tem 39% de Santo Antônio (junto com a Cemig, Odebrecht, Andrade Gutierrez e o FIP Amazônia), Chesf e Eletrosul têm 20%, cada uma, de Jirau, em sociedade com o grupo franco-belga GDF Suez Energy (50,01%) e com Camargo Corrêa (9,9%).
O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse que a estatal está analisando "com cuidado" a disputa entre as empresas dizendo que a posição da holding é "equilibrada".
Costa marcou para a próxima semana uma reunião com todos os executivos e técnicos das duas empresas - incluindo os presidentes das três controladas estatais - e do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel).
"O melhor para nós vai ser o melhor para o Brasil. Estamos analisando a questão para ter uma avaliação técnica, econômica e financeira. Para nós interessa a maior disponibilidade de energia, desde que respeitados os contratos", disse ele ao Valor.
Quanto ao aumento de disponibilidade de energia no sistema elétrico brasileiro, Victor Paranhos, presidente da ESBR (dona de Jirau), disse que a empresa já propôs à Aneel a análise de uma proposta de nova ampliação da usina para uma potência de 4.050 MW com a instalação de quatro máquinas, que elevariam para 54 o número de turbinas. Segundo o executivo, o projeto exigiria investimento adicional de R$ 600 milhões que elevariam a garantia física da usina em mais 82,15 MW médios.
"Na sociedade conosco [em Jirau], a Eletrobras vai perder 100 MW, enquanto terá que financiar esse mesmo volume de energia na outra usina a um preço bem maior. Para ter um benefício, ele tem que me prejudicar", afirmou Paranhos. (Valor Econômico)
"O ONS entende que, tendo em vista o exposto no item 1 [acréscimo de máquinas de Jirau], no caso da UHE Santo Antônio, que compartilha com a UHE Jirau a mesma rede transmissão para escoamento de sua energia, a viabilização da expansão do número de máquinas em sua usina estará condicionada à implantação da expansão do sistema de transmissão associado, cuja definição da topologia é de responsabilidade da EPE", afirma Chipp, em trecho da carta obtida pelo Valor.
A polêmica entre os dois empreendedores também divide técnicos da própria Aneel. O Valor teve acesso a um documento no qual técnicos da área de regulação criticam posicionamento adotado pela superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos.
O "imbróglio" envolvendo as usinas do Madeira afeta simultaneamente três controladas da estatal Eletrobras. Enquanto Furnas tem 39% de Santo Antônio (junto com a Cemig, Odebrecht, Andrade Gutierrez e o FIP Amazônia), Chesf e Eletrosul têm 20%, cada uma, de Jirau, em sociedade com o grupo franco-belga GDF Suez Energy (50,01%) e com Camargo Corrêa (9,9%).
O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse que a estatal está analisando "com cuidado" a disputa entre as empresas dizendo que a posição da holding é "equilibrada".
Costa marcou para a próxima semana uma reunião com todos os executivos e técnicos das duas empresas - incluindo os presidentes das três controladas estatais - e do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel).
"O melhor para nós vai ser o melhor para o Brasil. Estamos analisando a questão para ter uma avaliação técnica, econômica e financeira. Para nós interessa a maior disponibilidade de energia, desde que respeitados os contratos", disse ele ao Valor.
Quanto ao aumento de disponibilidade de energia no sistema elétrico brasileiro, Victor Paranhos, presidente da ESBR (dona de Jirau), disse que a empresa já propôs à Aneel a análise de uma proposta de nova ampliação da usina para uma potência de 4.050 MW com a instalação de quatro máquinas, que elevariam para 54 o número de turbinas. Segundo o executivo, o projeto exigiria investimento adicional de R$ 600 milhões que elevariam a garantia física da usina em mais 82,15 MW médios.
"Na sociedade conosco [em Jirau], a Eletrobras vai perder 100 MW, enquanto terá que financiar esse mesmo volume de energia na outra usina a um preço bem maior. Para ter um benefício, ele tem que me prejudicar", afirmou Paranhos. (Valor Econômico)
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