quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Setor de transmissão busca voz na discussão sobre smart grids

Toda a discussão sobre o conceito de redes inteligentes, via de regra, esbarra na aplicação de tecnologias na área de distribuição de energia. Porém, enquanto o segmento debate a normatização de novos medidores, o benefício do monitoramento do consumo e a nova formatação das tarifas na relação distribuidora-consumidor, o setor de transmissão também busca uma voz no diálogo. Até por isso, os principais agentes do ramo estão se mobilizando para a promoção de um evento que irá abordar as smart grids no contexto das transmissoras de eletricidade.


"Falamos com a Abrate [Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica] sobre um workshop para falar de smart grids em transmissão. Ficaram de fazer um termo de referência por esses dias para que saia ainda em 2011", levantou o gerente de operações da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), Carlos Ribeiro, durante evento da própria empresa em São Paulo nesta segunda-feira (26/9).

Nesta terça (27/9), a informação foi confirmada pelo diretor-executivo da Abrate, César de Barros. Segundo ele, o termo será protocolado ainda nesta semana, e a intenção é reunir as principais autoridades do governo para colocar em pauta as reivindicações dos transmissores. "Temos de trazer EPE [Empresa de Pesquisa Energética], ONS [Operador Nacional do Sistema] e Aneel para mostrar nossa situação. A gente tem de brigar muito para ter receita quando fazemos instalações, e as empresas têm sofrido. Esse cenário tem inibido a modernização do sistema".

Uma das principais ações que precisam ser levadas em consideração, conforme citou Barros, é o controle de fluxo das linhas. "Quando você planeja [a linha], você necessariamente faz para suportar a capacidade nominal da usina. Mas ela só opera de vez em quando com essa capacidade total, e na maior parte do tempo é ociosa. Então você poderia, com um controle eletrônico, melhorar esse fluxo de carga". O especialista lembra também que o mesmo sistema poderia ser usado para melhor distribuir os dijuntores com capacidade de interrupção.

O superintendente de transmissão da EPE, Paulo Esmeraldo, que também participou do debate em São Paulo, é outro que fez força ao coro. "Temos de colocar em discussão o sistema de potência inteligente, se é que terá esse nome mesmo, diante das smart grids. Sempre que tem seminário, só se fala em distribuição". Barros, da Abrate, fala ainda em "frustração", e acredita que levar os pontos ao governo pode dar início a uma nova fase. "Temos de estar capacitados para comprar, especificar, operar, mas não temos a liberdade de sair fazendo as coisas", finalizou. (Jornal Energia)

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