As mudanças nas regras de ajuste das tarifas elétricas, em estudo pelo governo, não devem diminuir a capacidade de investir das distribuidoras de energia. Para o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) as empresas terão apenas que diminuir o volume de dinheiro que atualmente distribuem a seus acionistas para bancar os investimentos.
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) alega que, se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não alterar as regras em discussão - que vão pautar os reajustes dos próximos cinco anos -, as empresas do setor sofrerão uma perda média de 36% na geração de caixa, o que comprometerá a capacidade de investir.
O professor Nivalde de Castro, coordenador do Gesel, e os pesquisadores Roberto Brandão e Luiz Osório reconhecem que o ciclo de revisão vai reduzir o fluxo de caixa operacional das empresas, mas discordam das distribuidoras quanto aos efeitos dessa queda.
"A consequência não deve ser um menor nível de investimentos, com tem sido afirmado, mas a adoção de um novo mix de financiamento ao investimento", ponderam os autores do estudo, que já chamou a atenção da Aneel e de algumas distribuidoras. "Uma parte maior dos lucros precisará ficar retido e transferido aos consumidores, sob a forma de tarifas mais baixas, e as distribuidoras passarão a custear os investimentos com um mix de lucros retidos e novo endividamento", argumenta Nivalde de Castro.
Dividendos. Para chegar a essa conclusão, o Gesel avaliou o desempenho financeiro de 2009 das nove distribuidoras que tiveram a última revisão tarifária antes daquele ano. Essas empresas acumularam lucro de R$ 4,1 bilhões no período, o que representou uma rentabilidade de 28,8% sobre o patrimônio líquido total. Os acionistas receberam 93,9% do lucro na forma de dividendos, ao mesmo tempo em que as empresas investiram R$ 3,4 bilhões. Nesse período, o aumento do endividamento foi desprezível.
"As tarifas de distribuição do segundo ciclo de revisões tarifárias parecem extremamente elevadas, ao ponto de viabilizarem em 2009, simultaneamente, uma distribuição maciça de dividendos e a manutenção de níveis de investimentos elevados", ponderam os pesquisadores. A análise considerou o desempenho das distribuidoras Eletropaulo, Bandeirante e CPFL (SP); Light (RJ), Cemig (MG), AES Sul e RGE (RS); Coelba (BA) e Coelce (CE). (O Estado de S. Paulo)
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A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) alega que, se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não alterar as regras em discussão - que vão pautar os reajustes dos próximos cinco anos -, as empresas do setor sofrerão uma perda média de 36% na geração de caixa, o que comprometerá a capacidade de investir.
O professor Nivalde de Castro, coordenador do Gesel, e os pesquisadores Roberto Brandão e Luiz Osório reconhecem que o ciclo de revisão vai reduzir o fluxo de caixa operacional das empresas, mas discordam das distribuidoras quanto aos efeitos dessa queda.
"A consequência não deve ser um menor nível de investimentos, com tem sido afirmado, mas a adoção de um novo mix de financiamento ao investimento", ponderam os autores do estudo, que já chamou a atenção da Aneel e de algumas distribuidoras. "Uma parte maior dos lucros precisará ficar retido e transferido aos consumidores, sob a forma de tarifas mais baixas, e as distribuidoras passarão a custear os investimentos com um mix de lucros retidos e novo endividamento", argumenta Nivalde de Castro.
Dividendos. Para chegar a essa conclusão, o Gesel avaliou o desempenho financeiro de 2009 das nove distribuidoras que tiveram a última revisão tarifária antes daquele ano. Essas empresas acumularam lucro de R$ 4,1 bilhões no período, o que representou uma rentabilidade de 28,8% sobre o patrimônio líquido total. Os acionistas receberam 93,9% do lucro na forma de dividendos, ao mesmo tempo em que as empresas investiram R$ 3,4 bilhões. Nesse período, o aumento do endividamento foi desprezível.
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