terça-feira, 17 de maio de 2011

Energia e política industrial

A conservação e o uso eficiente de energia podem postergar os investimentos em expansão de capacidade instalada e são maneiras efetivas de reduzir custos e impactos ambientais locais e globais. Hoje, o programa de eficiência energética do Brasil possui duas frentes: o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), liderado pela Eletrobras e focado em indústrias, e o Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (PEE), com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e voltado ao consumidor final. 

De acordo com os cenários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o Brasil, se apenas mantidos os investimentos nesses programas, o País economizará entre 3,5% e 5,35% do total de energia elétrica destinada à indústria em 2020. - Segundo a FGV, o crescimento econômico deve levar o consumo de energia elétrica no Brasil a crescer até 69%, justificando a meta do governo de injetar 71,3 GW novos no sistema até 2020. Mas essas perspectivas poderiam ser melhores se não fosse o alto preço da tarifa. O exemplo da Suécia, que relaciona eficiência energética, política industrial e inovação tecnológica, pode servir de exemplo para o Brasil a enfrentar esse desafio. 

A Agência Sueca de Energia investe em pesquisa e desenvolvimento em universidades e dá suporte a empresas. Desde 2005 a Suécia alavanca a eficiência energética de sua indústria com política industrial e isenção de impostos. A economia até 2010 é de cerca de R$ 120 milhões. 

Desde 2008 uma lei promove o uso eficiente de energia nas residências. Em cada um dos 290 municípios suecos, uma pessoa educa a população a reduzir o consumo, sugerindo a troca de lâmpadas normais por fluorescentes, entre outras soluções. No Brasil, o consumo per capita ainda é pequeno. Mas para que cresça com sustentabilidade, é preciso alinhar política industrial com inovação da indústria e educação da população. Autor:  Per Persson é diretor-geral do Conselho de Comércicio Exterior da Suíça no Brasil (DCI).