sexta-feira, 6 de maio de 2011

Elétrica pode virar operadora de celular

As companhias elétricas estudam montar uma operação de telefonia celular para que, até 2015, um cliente possa comandar equipamentos de sua casa a partir de um telefone conectado à internet. Algumas empresas já começaram a dar os primeiros passos. Para isso, elas pretendem investir na troca de medidores (que precisam ter um software que interage com a rede elétrica e de internet) e obter licenças da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para virar uma "operadora virtual".

Esse é o nome que se dá a qualquer empresa (que não seja de telefonia) que oferece serviços de celular aos clientes alugando a infraestrutura (rede) das operadoras móveis (Vivo, TIM, Claro e Oi). A Ampla, no Rio, já instalou cerca de 300 mil medidores inteligentes, o equivalente a 12% dos seus clientes. A Light instalou 160 mil e se prepara para instalar mais 100 mil em três anos.

A Eletrobras (Chesf, Furnas, Eletronorte e Eletrosul) anunciou investimentos de R$ 700 milhões em automação de sua rede. A meta é instalar 400 mil medidores.
A Cemig tem um programa chamado "Cidade do Futuro", em Sete Lagoas (MG), prevendo 80 mil medidores inteligentes. Um medidor inteligente é capaz de não somente medir o consumo de energia em um imóvel mas também de enviar informações a cada ponto dessa rede.

Um comando de celular permitiria apagar uma luz esquecida acesa ou programar à distância uma geladeira com chip compatível. É por isso que as concessionárias começam a pensar em montar um "braço" de telefonia móvel.

TELELÉTRICA

Recentemente, a Anatel recebeu pedidos de elétricas que montaram empresas para vender internet pela rede elétrica, uma tecnologia conhecida como PLC (Power Line Communication). Hoje os cabos por onde passa a energia também têm fibras ópticas pelas quais trafegam dados de internet.

Com a aprovação do regulamento que permitiu empresas se tornarem "operadoras virtuais", abriu-se um novo mercado para as companhias elétricas, que agora podem também operar telefonia celular no varejo. A CPFL é uma das concessionárias com planos de entrar nesse mercado. O primeiro passo será estimular o pagamento de contas de energia via celular.

Ao ligar o "celular CPFL", o cliente teria um canal habilitado para pagamento realizado via internet móvel. Isso reduziria drasticamente os custos da concessionária. Hoje ela possui contratos com um banco mantendo uma rede de 3.000 lojas credenciadas (similar à das lotéricas que aceitam contas). A AES Eletropaulo, a Cemig e a Copel, que também atuam na área de telecomunicações, seguem o mesmo caminho. A principal barreira é o investimento pesado nos medidores inteligentes, que ainda custam caro. (Folha de S. Paulo)