quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Artigo: Consumo energético

Em novembro, a International Energy Agency (IEA) divulgou o World Energy Outlook 2010 (WEO 2010), documento que apresenta projeções relacionadas ao mercado energético internacional até 2035 para três cenários: Cenário Políticas Atuais, Cenário Novas Políticas e Cenário 450. O primeiro cenário considera políticas energéticas adotadas pelos governos até junho de 2010. O segundo considera os compromissos anunciados por alguns países, incluindo metas para a redução de gases de efeito estufa (GEEs) até 2020 e planos para eliminar subsídios a fontes de energia fóssil. O terceiro considera as implicações das medidas adotadas para manter a concentração de GEEs na atmosfera abaixo de 450 ppm (partes por milhão) de dióxido de carbono (CO2).

O WEO 2010 foca sua análise no Cenário Novas Políticas que é apresentado como uma projeção intermediária para o setor de energia mundial. Neste cenário, a demanda de energia primária aumentará por volta de 1,2% ao ano no período 2008-2035, alcançando 16,7 bilhões de tonelada equivalente de petróleo (tep) em 2035. As fontes de energia fósseis permanecerão sendo as mais consumidas, respondendo por 53% do incremento de 4,5 bilhões de tep, sendo que o gás natural registrará o maior aumento, com taxas médias de crescimento anual de 1,4%.

A demanda mundial de petróleo crescerá 0,5% ao ano entre 2008-2035.O aumento da demanda ocorrerá em países não membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O maior incremento na demanda em termos absolutos ocorre na China, comum incremento anual de 2,4%. No Brasil, a demanda está prevista para crescer 0,8% ao ano até 2035. O gás natural apresentará um aumento anual na demanda de 1,4%nomesmoperíodo, sendo que os países não membros da OCDE serão responsáveis por 84% do incremento.Na China a demanda crescerá 5,9% a.a..

No Cenário Novas Políticas, poucomais de 93% do aumento na demanda primária mundial de energia está projetado para ocorrer nos países não membros da OCDE entre 2008 e 2035, cuja participação mundial passará de 53% para 63%. A China e a Índia puxam a maior parte desse aumento.

A IEA destacou no WEO 2010 que dados preliminares de 2009 indicam que a China se tornou o maior consumidor mundial de energia, superando os Estados Unidos. De acordo coma IEA a demanda chinesa em 2009 foi 4% maior do que a dos Estados Unidos. O fato ocorreu dois anos após a China ter ultrapassado os Estados Unidos como o maior emissor de dióxido de carbono no setor de energia.

Para atender à demanda de energia para o período 2008-2035, serão necessários investimentos da ordem de US$ 32,8 trilhões. Pouco mais da metade desses investimentos será absorvido pelo setor de energia elétrica, sendo o restante destinado aos setores de petróleo e gás. Destaca-se que 64% dos investimentos deverão ocorrer em países não membros da OCDE, principalmente na Ásia, que responderão por 30% do total investido no mundo.  Adriano Pires - Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) Brasil Econômico.

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