quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Até 2013 Brasil terá 161 fazendas eólicas

O potencial eólico brasileiro é inegável. Há quase um ano, os olhos do mundo se voltaram à grande oportunidade de investimento e obtenção de energia limpa no país. As chances de que o mercado se desenvolva ainda mais são imensas e o prazo para isso é bem pequeno.

No início dos anos 90, quando poucos se interessavam pela busca de fontes de energia renovável, entre elas a eólica, um alemão chamado Aloy Wobben visualizou a primeira usina deste tipo no Brasil. O local escolhido foi a praia de Taíba, próximo à capital do Ceará, Fortaleza. O engenheiro brasileiro Pedro Vial ficou encarregado de analisar o local, que anos mais tarde daria origem à primeira usina eólica do Brasil.

As hastes colocadas por ele, enquanto percorria a praia em um buggy, marcavam o lugar onde seriam instaladas dez turbinas, com mais de 40 metros de altura e capazes de gerar cinco megawatts por hora. A usina de Taíba começou a funcionar em janeiro de 1999, produzindo energia suficiente para abastecer cem mil residências.

Desde então, o investimento da empresa alemã, Wobben Windpower só aumentou no Brasil, chegando a construir 16 usinas em todo o território. Por muito tempo, ela praticamente monopolizou este mercado brasileiro, mas agora, com o potencial do país praticamente exposto em uma vitrine, diversas multinacionais do setor de energia entraram na briga por um lugar “ao vento” brasileiro.

Alguns destaques internacionais que buscam seu espaço no Brasil ficam por conta da americana GE, da espanhola Gamesa, a indiana Suzlon, a alemã Siemens, a francesa Alstom, que vai inaugurar uma unidade na Bahia, em 2011, entre outras, chinesas, dinamarquesas e coreanas.

O grande interesse por esse tipo de energia se expandiu há pouco mais de um ano. Prova disso são os preços das energias no leilão brasileiro. A grande procura fez com que os custos que antes eram de R$ 200 caíssem para R$ 130 o megawatts/hora. Se o Brasil possui hoje somente 45 usinas eólicas, as negociações garantem que até 2013, teremos, pelo menos, 161 delas espalhadas pelas terras tupiniquins. A produção passará de 700 megawatts para 5.250 megawatts, graças aos R$ 18 bilhões investidos.

A intenção brasileira é realizar leilões deste tipo com mais periodicidade, para que até 2020, tenhamos ao menos 20% de toda a nossa energia proveniente da força dos ventos. Arthur Laviere, representante da indiana Suzlon, coloca o Brasil como um dos três melhores mercados do mundo neste quesito, ao lado de Índia e China.

O movimento na economia não está ligado somente à produção de energia, mas envolve todo o processo, desde a fabricação dos itens necessários para a construção de uma hélice ou uma pá, até a utilização final da energia produzida pela usina. A importação e exportação desses produtos também elevam a economia do país e aos poucos tornam-se sinônimos de qualidade e reconhecimento. Além de demonstrar preocupação em alcançar de fato um desenvolvimento sustentável, que seja capaz de produzir e também lucrar, sem afetar a natureza. (CicloVivo, com informações do Estadão)
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