Desde 2001, sempre que há um surto de crescimento um pouco mais forte, a capacidade de geração de energia elétrica logo volta a ser causa de preocupação. Isso ocorre porque, como já se viu anteriormente, a capacidade do sistema de geração e de distribuição de energia deve andar à frente da demanda para que não ocorram gargalos.
A energia elétrica pode ser gerada de fontes renováveis (água, sol, vento etc.) e não renováveis (combustíveis fósseis, como petróleo, gás, carvão etc.). No Brasil, dadas as condições geológicas favoráveis, a primeira opção sempre foi a preferida.
No ano passado, por exemplo, 93,3% de toda a energia elétrica gerada no país teve origem hidráulica, enquanto 3,7% foram gerados por usinas térmicas convencionais, 2,9% por usinas termonucleares e 0,2% por fontes eólicas.
É assim que, no Brasil, as preocupações com o mercado de petróleo e combustíveis fósseis focam-se majoritariamente em seu papel nos transportes e nos fretes, enquanto em outros países a dependência do combustível para outros fins é muito maior.
Contudo, conforme o país cresce, fica mais complexa a exploração da energia hidrelétrica, porque ela começa a exigir um comprometimento ambiental cada vez maior (os rios com melhor topografia para fins de geração de energia já foram utilizados), prolongando o tempo de implantação dos projetos e, muitas vezes, reduzindo a capacidade final de geração.
É por isso que, desde 2001, o Brasil vem investindo em fontes alternativas de geração de energia elétrica, especialmente a térmica.
Atualmente, há no país a energia térmica gerada com base no gás e no óleo. A primeira é mais cara do que a hidrelétrica, mas mais barata do que a segunda, de caráter mais emergencial. Em 2010, como os reservatórios estão em níveis mais baixos do que os de 2009, já há um uso mais intensivo da energia térmica: até setembro, 6,7% da energia produzida veio dessa fonte.
Caso as chuvas no Nordeste demorem mais a voltar, devido ao fenômeno climático "La Niña", o uso dessa fonte de energia deve se intensificar ainda mais, com possibilidade de ativação das térmicas a óleo.
Infere-se, assim, que a tendência para o futuro próximo é de maior participação da energia térmica na matriz de energia elétrica, especialmente em momentos cujo clima não seja favorável. Embora o risco de novo apagão seja reduzido devido a essas fontes alternativas, seu uso deve elevar o preço da energia. THAÍS MARZOLA ZARA é economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados e mestre em economia pela USP. (Folha de São Paulo)
A energia elétrica pode ser gerada de fontes renováveis (água, sol, vento etc.) e não renováveis (combustíveis fósseis, como petróleo, gás, carvão etc.). No Brasil, dadas as condições geológicas favoráveis, a primeira opção sempre foi a preferida.
No ano passado, por exemplo, 93,3% de toda a energia elétrica gerada no país teve origem hidráulica, enquanto 3,7% foram gerados por usinas térmicas convencionais, 2,9% por usinas termonucleares e 0,2% por fontes eólicas.
É assim que, no Brasil, as preocupações com o mercado de petróleo e combustíveis fósseis focam-se majoritariamente em seu papel nos transportes e nos fretes, enquanto em outros países a dependência do combustível para outros fins é muito maior.
Contudo, conforme o país cresce, fica mais complexa a exploração da energia hidrelétrica, porque ela começa a exigir um comprometimento ambiental cada vez maior (os rios com melhor topografia para fins de geração de energia já foram utilizados), prolongando o tempo de implantação dos projetos e, muitas vezes, reduzindo a capacidade final de geração.
É por isso que, desde 2001, o Brasil vem investindo em fontes alternativas de geração de energia elétrica, especialmente a térmica.
Atualmente, há no país a energia térmica gerada com base no gás e no óleo. A primeira é mais cara do que a hidrelétrica, mas mais barata do que a segunda, de caráter mais emergencial. Em 2010, como os reservatórios estão em níveis mais baixos do que os de 2009, já há um uso mais intensivo da energia térmica: até setembro, 6,7% da energia produzida veio dessa fonte.
Caso as chuvas no Nordeste demorem mais a voltar, devido ao fenômeno climático "La Niña", o uso dessa fonte de energia deve se intensificar ainda mais, com possibilidade de ativação das térmicas a óleo.
Infere-se, assim, que a tendência para o futuro próximo é de maior participação da energia térmica na matriz de energia elétrica, especialmente em momentos cujo clima não seja favorável. Embora o risco de novo apagão seja reduzido devido a essas fontes alternativas, seu uso deve elevar o preço da energia. THAÍS MARZOLA ZARA é economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados e mestre em economia pela USP. (Folha de São Paulo)