terça-feira, 19 de outubro de 2010

ONS critica "disputa" entre hidrelétricas e térmicas

A tendêndia de as novas hidrelétricas serem todas a fio d´água, ou seja, construídas com reservatórios reduzidos, preocupa o Operador Nacional do Sistema (ONS). O diretor geral do órgão, Hermes Chipp, afirmou, na última segunda-feira (18/10) que esse modelo, adotado para reduzir o impacto ambiental dos empreendimentos, reduz a capacidade de regularização do sistema elétrico.

"Sempre, quando se coloca mais hidrelétricas no sistema, o ONS apoia, porque aí está sendo atendido um dos objetivos principais, que é a oferta de energia ao menor custo. Agora, essas usinas a fio d´água não tem capacidade de regularização, então o operador precisa de complementaridade térmica", explicou o executivo do governo. Segundo ele, não será possível prescindir das usinas termelétricas, uma vez que o sistema não pode ficar exposto à ocorrência ou não de chuvas.

"O operador quer segurança, e não só o menor custo. Ele quer segurança ao menor custo. Ele não abre mão da segurança. Quando você começa com grandes projetos a fio d´água, a gente fica preocupado", alertou Chipp.

As termelétricas são criticadas por serem poluentes e emissoras de gases do efeito estufa. No Plano Decenal de Energia, que prevê a expansão da matriz brasileira até 2019, a sinalização é pela não contratação dessas usinas nesse período. A avaliação é de que é possível atender à demanda por energia apenas com a fonte hídrica, mais limpa e barata. A visão é criticada por Chipp. "Essa disputa entre térmicas e hidrelétricas na minha visão é inócua. Elas são complementares, têm de estar juntas. Só hidrelétrica não basta". (Jornal da Energia)
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