O vento poderá fornecer 22 por cento da eletricidade consumida no mundo em 2030, revela um estudo do Global Wind Energy Council e da organização ecologista internacional Greenpeace, divulgado ontem (12/10) em Pequim. Já em 2020, o vento poderá responder a 12 por cento das necessidades, avança o Global Wind Energy Outlook 2010 (GWEO 2010), que apresenta três cenários.
No melhor cenário possível, a capacidade total das eólicas instalada em 2020 será de 2600 terawats/hora (TWh), ou seja, entre 11,5 e 12,3 por cento da procura mundial de eletricidade. Em 2030, esta forma de energia poderá produzir 5400 TWh, ou seja, entre 18,8 e 21,8 por cento da procura mundial.
Um outro cenário mais conservador, baseado nas projeções da Agência Internacional de Energia da ONU, refere que 4,8 por cento da eletricidade mundial seja produzida através do vento em 2020, correspondendo ao triplo da produção atual. O cenário médio prevê que a energia eólica forneça 9,5 por cento de eletricidade até ao fim da próxima década.
O mercado mundial para a energia eólica teve um crescimento de 41,7 por cento em 2009 e um aumento médio de 28,6 por cento ao ano nos últimos 13 anos, salientou Steve Sawyer, secretário-geral do Global Wind Energy Council. Sawyer acredita no primeiro cenário porque, “há mais de dez anos que aquilo que a indústria eólica conseguiu tem ultrapassado sempre as nossas previsões optimistas”.
De acordo com o primeiro cenário, seria evitada a emissão de cerca de 1,6 mil milhões de toneladas de CO2 por ano, em 2020. Em 2030, seriam 3,3 mil milhões de toneladas.
“A energia eólica pode dar uma contribuição para a produção mundial de eletricidade e para descarbonizar o setor energético. Mas precisamos do compromisso político para que isto aconteça”, advertiu Sawyer.
Tanto mais que, como salienta o relatório, a energia eólica também cria empregos. Atualmente gera 600 mil postos de trabalho diretos e indiretos; em 2030, esse número deverá chegar aos três milhões. “Em 2010, os 600 mil trabalhadores da indústria eólica instalam uma nova turbina em cada 30 minutos, uma em cada três na China”, disse Sven Teske, especialista em Energia na Greenpeace Internacional. “O nosso objetivo é conseguir uma nova turbina em cada sete minutos”.
Atualmente, a China é o maior mercado de energia eólica do mundo e tem a maior indústria de produção de turbinas. Mas a energia do vento já está hoje em 75 países. “É interessante que grande parte do crescimento desta energia está a acontecer fora do mundo industrializado”, lembrou Klaus Rave, do Global Wind Energy Council. “Estimamos que em 2030 cerca de metade dos parques eólicos do mundo estejam instalados nos países em desenvolvimento e nas economias emergentes”, acrescentou. (Público.pt)
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