quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Térmicas terão que ser usadas até novembro, diz diretor do ONS

O despacho de energia térmica para enfrentar a seca que reduziu bastante o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas no país deve se estender até novembro, segundo o diretor de transmissão do Operador Nacional do Sistema (ONS), Roberto Gomes.

Segundo ele, o uso das térmicas já significa um volume diário entre 6 a 7 mil megawatts de energia para fazer frente à estiagem em algumas localidades.
"Estamos com uma estiagem bastante severa, mas temos o recurso do despacho térmico para nos dar um certa segurança de abastecimento", disse Gomes a jornalistas no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico. "Não há risco de racionamento não", garantiu.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, reforçou que não há risco da seca causar um racionamento de energia em algumas regiões do país.
"Passamos por uma seca no país e graças aos investimentos feitos na geração e transmissão nós não temos nenhum risco. No passado, com uma seca dessa dimensão, a gente estaria apavorado e teria uma grande crise. A situação é tranqüila", afirmou Tolmasquim.

O diretor do ONS frisou que a previsão é que a partir de novembro a situação de chuvas se normalize, permitindo que a capacidade dos reservatórios volte a subir.
"Já estamos prevendo a chegada de frentes frias em novembro. É o período úmido. Ontem (terça-feira), já teve chuva rápida em São Paulo e Mato Grosso", informou Roberto Gomes ao frisar que um vendaval no começo da semana afetou a linha de transmissão Jupiá-Bauru, mas não houve interrupção no fornecimento de energia.

O executivo disse, sem entrar em detalhes, que o despacho atual de térmicas é "com certeza" superior ao verificado no mesmo período de 2009.
O ONS faz uma acompanhamento semanal dos níveis de reservatórios e perspectivas climáticas para traçar metas e acionamento de térmicas. (O Estado de São Paulo)
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