O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse ao Valor que o consumidor brasileiro vai pagar este ano aproximadamente R$ 370 milhões pelo acionamento de usinas termelétricas para economizar água nos reservatórios das hidrelétricas e evitar que eles cheguem ao final do ano vazios. No ano passado, segundo ele, foram usados R$ 150 milhões e em 2008, ano de crise, R$ 2,1 bilhões.
O consumidor paga o acionamento das usinas termelétricas, cuja energia é mais cara do que a da hidrelétricas, base do sistema elétrico brasileiro, por meio da rubrica " encargo de serviço do sistema " que aparece na conta. Como o Brasil não tem construído, por razões ambientais, novas hidrelétricas com grandes reservatórios para armazenamento de água, técnicos do setor avaliam que a tendência será o uso crescente de termelétricas nos períodos de pouca chuva (de maio a novembro).
O uso sistemático de geração termelétrica para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas foi uma fórmula encontrada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para evitar que esses reservatórios cheguem vazios ao final do ano, quando começa o período chuvoso. Foi o que aconteceu em 2007, quando o reservatório de Sobradinho, na Bahia, principal pulmão do sistema elétrico da região Nordeste, chegou ao final de novembro com apenas 13% da capacidade.
Na ocasião, as chuvas não vieram em dezembro e nem no começo de janeiro, provocando picos de mais de R$ 600 por MW/h no preço da energia elétrica. Em consequência, em maio de 2008 o CMSE passou a definir metas mínimas de água acumulada para os principais reservatórios do país (regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste) no final do ano (30 de novembro). Para este ano, as metas são 45% no Nordeste e 39% no Sudeste.
Chipp disse que o mérito do atual sistema é que não há solavancos como o que ocorreu em 2008. O acionamento das térmicas é planejado segundo o andamento da hidrologia e os reservatórios das hidrelétricas chegam ao final do ano em condições de enfrentar um eventual período de chuvas ruim sem risco para o período seco do ano seguinte.
Nos últimos dias, as termelétricas vêm gerando mais de 6.000 MW e contribuindo com mais de 12% da carga de energia elétrica necessária para abastecer o país. No mesmo período do ano passado a geração térmica convencional (não inclui nuclear) não chegava a 2,5% do necessário. Chipp, do ONS, disse que a intensificação do uso das térmicas este ano decorre de um regime de chuvas ruim, provocado pelo fenômeno La Niña (responsável pelo esfriamento das águas do oceano Pacífico).
Segundo ele, de agosto a novembro a afluência de água para os reservatórios das hidrelétricas será de 80% da média histórica no Sudeste/Centro-Oeste, de 65% no Nordeste, de 90% no Sul e de 75% na região Norte. De acordo com Chipp, um dos efeitos do La Niña no Brasil é que ele retarda o começo das chuvas nas regiões que interessam para os reservatórios. Chipp disse que de maio a agosto foram gastos aproximadamente R$ 200 milhões com geração térmica adicional e que até dezembro serão usados mais R$ 170 milhões. (Valor Econômico)
O consumidor paga o acionamento das usinas termelétricas, cuja energia é mais cara do que a da hidrelétricas, base do sistema elétrico brasileiro, por meio da rubrica " encargo de serviço do sistema " que aparece na conta. Como o Brasil não tem construído, por razões ambientais, novas hidrelétricas com grandes reservatórios para armazenamento de água, técnicos do setor avaliam que a tendência será o uso crescente de termelétricas nos períodos de pouca chuva (de maio a novembro).
O uso sistemático de geração termelétrica para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas foi uma fórmula encontrada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para evitar que esses reservatórios cheguem vazios ao final do ano, quando começa o período chuvoso. Foi o que aconteceu em 2007, quando o reservatório de Sobradinho, na Bahia, principal pulmão do sistema elétrico da região Nordeste, chegou ao final de novembro com apenas 13% da capacidade.
Na ocasião, as chuvas não vieram em dezembro e nem no começo de janeiro, provocando picos de mais de R$ 600 por MW/h no preço da energia elétrica. Em consequência, em maio de 2008 o CMSE passou a definir metas mínimas de água acumulada para os principais reservatórios do país (regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste) no final do ano (30 de novembro). Para este ano, as metas são 45% no Nordeste e 39% no Sudeste.
Chipp disse que o mérito do atual sistema é que não há solavancos como o que ocorreu em 2008. O acionamento das térmicas é planejado segundo o andamento da hidrologia e os reservatórios das hidrelétricas chegam ao final do ano em condições de enfrentar um eventual período de chuvas ruim sem risco para o período seco do ano seguinte.
Nos últimos dias, as termelétricas vêm gerando mais de 6.000 MW e contribuindo com mais de 12% da carga de energia elétrica necessária para abastecer o país. No mesmo período do ano passado a geração térmica convencional (não inclui nuclear) não chegava a 2,5% do necessário. Chipp, do ONS, disse que a intensificação do uso das térmicas este ano decorre de um regime de chuvas ruim, provocado pelo fenômeno La Niña (responsável pelo esfriamento das águas do oceano Pacífico).
Segundo ele, de agosto a novembro a afluência de água para os reservatórios das hidrelétricas será de 80% da média histórica no Sudeste/Centro-Oeste, de 65% no Nordeste, de 90% no Sul e de 75% na região Norte. De acordo com Chipp, um dos efeitos do La Niña no Brasil é que ele retarda o começo das chuvas nas regiões que interessam para os reservatórios. Chipp disse que de maio a agosto foram gastos aproximadamente R$ 200 milhões com geração térmica adicional e que até dezembro serão usados mais R$ 170 milhões. (Valor Econômico)