sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Copel na ordem do dia

O espírito retrógrado de Roberto Requião impôs à Copel a proibição de participar de consórcios com outras empresas, a não ser que a estatal paranaense fosse majoritária, ou seja, com o controle acionário. É evidente que a medida adotada pelo Mello e Silva estava na contramão das regras de mercado. Pois agora o atual governador corrige esse defeito. Orlando Pessuti encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que altera tal critério. No texto, o executivo estabelece que a Copel poderá unir-se, de preferência majoritariamente, nos consórcios ou companhias com empresas privadas. Aqui reside o “x” da questão.
O termo “preferencialmente” acaba com o veto e deixa em aberto a possibilidade de a companhia atuar livremente daqui para a frente, da forma em que melhor lhe convier e na proporção acionária que entender mais adequada. E por que Pessuti fez isso? A resposta é clara: o BNDES está legalmente impossibilitado de emprestar recursos a entidades cujo domínio seja da União, dos Estados e dos municípios. O banco simplesmente recusa o financiamento. Ocorre que, quando o poder público não é majoritário, fica garantido o aporte de dinheiro. A jogada de Pessutão é inteiramente correta.

Reflexo
A nova lei, se aprovada, permitirá, por exemplo, que a Copel busque financiamento para incrementar o seu setor de geração de energia. Trata-se de uma alteração legislativa extremamente positiva.

Modelo
Há muitos anos, a Eletrosul, estatal do setor elétrico pertencente ao governo federal, só firma contratos em que figura como parte minoritária. A razão disso está calcada justamente na busca de recursos junto ao principal banco de fomento brasileiro. A empresa adota a doutrina de que quem tem uma fatia das ações possui condições totais de administrar o novo negócio, até porque quem gera e distribui energia é ela própria.

O culpado
Está mais claro, a cada dia, que a veia bolivariana do ex-inquilino do Canguiri sufocou a impetuosa retomada do crescimento que a Copel obteve no início de seu governo. Requião constituiu um efetivo desastre para a economia paranaense.

As PCHs
Outro assunto que chama a atenção é a notícia de que os deputados estaduais querem saber mais sobre as PCHs, as pequenas centrais hidrelétricas, comandadas por particulares, que têm autorização para operar dada pela Agência Nacional de Energia (Aneel). Durante sete anos, o Roberto proibiu as construções através de negativas emitidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), sob o argumento de que haveria lesão ao meio ambiente. Entretanto, é sabido que o requianismo segurou as obras por razões até hoje inconfessáveis. A premissa é tão verdadeira que, misteriosamente, no final do governo, o homem deu o sinal verde e autorizou tudo.

Agora...
O problema maior foi esquecido: se a Copel não garantir que vai comprar a energia dessas empresas menores, nenhuma delas será implantada no Estado. Não há investidor que ponha dinheiro sem garantia de retorno. De outra parte, se a estatal paranaense aprovar a aquisição, estará formalizado um dos melhores negócios do mundo. Vai faltar queda d’água para tanto interessado. (Paraná Online)