Até o fim do ano, o grupo Rede Energia terá de pagar - ou renegociar - R$ 2 bilhões em dívidas com instituições financeiras e empresas do governo federal. Uma parte desse montante refere-se às dívidas da Celpa, distribuidora de eletricidade do Pará, que entrou com pedido de recuperação judicial no início do mês e paralisou os pagamentos.
No mercado, um dos principais temores é com uma possível contaminação das demais empresas do grupo e da própria holding, cuja estrutura de capital não seria compatível com o seu perfil de endividamento - da ordem de R$ 6 bilhões. A agência de classificação de risco Fitch Rating, por exemplo, estampou nas páginas de seu relatório ao mercado preocupação com a liquidez do grupo e com os vencimentos no decorrer do ano.
Entre fontes ligadas à empresa, a informação é que há dinheiro em caixa - em torno de R$ 750 milhões - para honrar compromissos futuros. Mas, questionados sobre a possibilidade de usar esses recursos para pagar dívidas da Celpa, a resposta é que não pode haver transferência entre empresas do grupo.
Entre os maiores credores da Rede Energia estão companhias e instituições do governo federal. A Eletrobrás, por exemplo, tem cerca de R$ 600 milhões a receber do grupo, sendo R$ 450 milhões referente à Celpa. Segundo a estatal, os créditos se referem a fundos setoriais, dos quais a Rede Energia teve acesso nos últimos anos. Em 2010, a Eletrobrás liberou R$ 189 milhões para o grupo investir no programa Luz para Todos.
Normalmente, esse dinheiro sai de dois fundos administrados pela estatal e formados com o dinheiro pago por todos os brasileiros na conta de luz. São eles, Reserva Global de Reversão (RGR) e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - os empréstimos feitos com esses recursos contam com as menores taxas de juros do mercado. A dívida com a Eletrobrás inclui ainda repasses referentes a esses encargos que deveriam ser feitos para os fundos e não foram efetuados pelo grupo.
Outro credor de peso é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O último empréstimo fechado entre o grupo e a instituição ocorreu em 2009 e previa liberação parcelada de R$ 449 milhões para financiar um plano de investimentos do grupo. A primeira, de R$ 100 milhões, ocorreu na época da assinatura do contrato. A segunda foi feita em 2010 e somou R$ 140 milhões.
Metas. Logo em seguida, entretanto, o banco suspendeu as liberações restantes. O motivo seriam metas de qualidade dos serviços previstas no contrato de financiamento com o BNDES e que não foram cumpridas pela Rede Energia. De 2009 para 2010, por exemplo, o índice de perdas do grupo subiu de 20,9% para 21,4%. Em 2003, esse número estava em 15,3%. "Esse tipo de situação pela qual o grupo está passado não é nada saudável para o setor elétrico", argumenta o analista da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa.
As dificuldades financeiras do grupo começaram em 2004, quando a empresa iniciou uma profunda reestruturação financeira. O processo incluiu a venda de vários ativos para fazer frente ao endividamento, que naquela época já era alto. Na reestruturação, a companhia se desfez de ativos de geração e focou seus negócios na distribuição. Hoje, o grupo detém a concessão de nove concessionárias de energia. Juntas, elas atendem a uma área de concessão que representa cerca de 34% do território nacional, 578 municípios e 4,7 milhões de unidades consumidoras. (O Estado de S. Paulo)
Até o fim do ano, o grupo Rede Energia terá de pagar - ou renegociar - R$ 2 bilhões em dívidas com instituições financeiras e empresas do governo federal. Uma parte desse montante refere-se às dívidas da Celpa, distribuidora de eletricidade do Pará, que entrou com pedido de recuperação judicial no início do mês e paralisou os pagamentos.
No mercado, um dos principais temores é com uma possível contaminação das demais empresas do grupo e da própria holding, cuja estrutura de capital não seria compatível com o seu perfil de endividamento - da ordem de R$ 6 bilhões. A agência de classificação de risco Fitch Rating, por exemplo, estampou nas páginas de seu relatório ao mercado preocupação com a liquidez do grupo e com os vencimentos no decorrer do ano.
Entre fontes ligadas à empresa, a informação é que há dinheiro em caixa - em torno de R$ 750 milhões - para honrar compromissos futuros. Mas, questionados sobre a possibilidade de usar esses recursos para pagar dívidas da Celpa, a resposta é que não pode haver transferência entre empresas do grupo.
Entre os maiores credores da Rede Energia estão companhias e instituições do governo federal. A Eletrobrás, por exemplo, tem cerca de R$ 600 milhões a receber do grupo, sendo R$ 450 milhões referente à Celpa. Segundo a estatal, os créditos se referem a fundos setoriais, dos quais a Rede Energia teve acesso nos últimos anos. Em 2010, a Eletrobrás liberou R$ 189 milhões para o grupo investir no programa Luz para Todos.
Normalmente, esse dinheiro sai de dois fundos administrados pela estatal e formados com o dinheiro pago por todos os brasileiros na conta de luz. São eles, Reserva Global de Reversão (RGR) e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - os empréstimos feitos com esses recursos contam com as menores taxas de juros do mercado. A dívida com a Eletrobrás inclui ainda repasses referentes a esses encargos que deveriam ser feitos para os fundos e não foram efetuados pelo grupo.
Outro credor de peso é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O último empréstimo fechado entre o grupo e a instituição ocorreu em 2009 e previa liberação parcelada de R$ 449 milhões para financiar um plano de investimentos do grupo. A primeira, de R$ 100 milhões, ocorreu na época da assinatura do contrato. A segunda foi feita em 2010 e somou R$ 140 milhões.
Metas. Logo em seguida, entretanto, o banco suspendeu as liberações restantes. O motivo seriam metas de qualidade dos serviços previstas no contrato de financiamento com o BNDES e que não foram cumpridas pela Rede Energia. De 2009 para 2010, por exemplo, o índice de perdas do grupo subiu de 20,9% para 21,4%. Em 2003, esse número estava em 15,3%. "Esse tipo de situação pela qual o grupo está passado não é nada saudável para o setor elétrico", argumenta o analista da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa.
As dificuldades financeiras do grupo começaram em 2004, quando a empresa iniciou uma profunda reestruturação financeira. O processo incluiu a venda de vários ativos para fazer frente ao endividamento, que naquela época já era alto. Na reestruturação, a companhia se desfez de ativos de geração e focou seus negócios na distribuição. Hoje, o grupo detém a concessão de nove concessionárias de energia. Juntas, elas atendem a uma área de concessão que representa cerca de 34% do território nacional, 578 municípios e 4,7 milhões de unidades consumidoras. (O Estado de S. Paulo)
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No mercado, um dos principais temores é com uma possível contaminação das demais empresas do grupo e da própria holding, cuja estrutura de capital não seria compatível com o seu perfil de endividamento - da ordem de R$ 6 bilhões. A agência de classificação de risco Fitch Rating, por exemplo, estampou nas páginas de seu relatório ao mercado preocupação com a liquidez do grupo e com os vencimentos no decorrer do ano.
Entre fontes ligadas à empresa, a informação é que há dinheiro em caixa - em torno de R$ 750 milhões - para honrar compromissos futuros. Mas, questionados sobre a possibilidade de usar esses recursos para pagar dívidas da Celpa, a resposta é que não pode haver transferência entre empresas do grupo.
Entre os maiores credores da Rede Energia estão companhias e instituições do governo federal. A Eletrobrás, por exemplo, tem cerca de R$ 600 milhões a receber do grupo, sendo R$ 450 milhões referente à Celpa. Segundo a estatal, os créditos se referem a fundos setoriais, dos quais a Rede Energia teve acesso nos últimos anos. Em 2010, a Eletrobrás liberou R$ 189 milhões para o grupo investir no programa Luz para Todos.
Normalmente, esse dinheiro sai de dois fundos administrados pela estatal e formados com o dinheiro pago por todos os brasileiros na conta de luz. São eles, Reserva Global de Reversão (RGR) e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - os empréstimos feitos com esses recursos contam com as menores taxas de juros do mercado. A dívida com a Eletrobrás inclui ainda repasses referentes a esses encargos que deveriam ser feitos para os fundos e não foram efetuados pelo grupo.
Outro credor de peso é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O último empréstimo fechado entre o grupo e a instituição ocorreu em 2009 e previa liberação parcelada de R$ 449 milhões para financiar um plano de investimentos do grupo. A primeira, de R$ 100 milhões, ocorreu na época da assinatura do contrato. A segunda foi feita em 2010 e somou R$ 140 milhões.
Metas. Logo em seguida, entretanto, o banco suspendeu as liberações restantes. O motivo seriam metas de qualidade dos serviços previstas no contrato de financiamento com o BNDES e que não foram cumpridas pela Rede Energia. De 2009 para 2010, por exemplo, o índice de perdas do grupo subiu de 20,9% para 21,4%. Em 2003, esse número estava em 15,3%. "Esse tipo de situação pela qual o grupo está passado não é nada saudável para o setor elétrico", argumenta o analista da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa.
As dificuldades financeiras do grupo começaram em 2004, quando a empresa iniciou uma profunda reestruturação financeira. O processo incluiu a venda de vários ativos para fazer frente ao endividamento, que naquela época já era alto. Na reestruturação, a companhia se desfez de ativos de geração e focou seus negócios na distribuição. Hoje, o grupo detém a concessão de nove concessionárias de energia. Juntas, elas atendem a uma área de concessão que representa cerca de 34% do território nacional, 578 municípios e 4,7 milhões de unidades consumidoras. (O Estado de S. Paulo)
Até o fim do ano, o grupo Rede Energia terá de pagar - ou renegociar - R$ 2 bilhões em dívidas com instituições financeiras e empresas do governo federal. Uma parte desse montante refere-se às dívidas da Celpa, distribuidora de eletricidade do Pará, que entrou com pedido de recuperação judicial no início do mês e paralisou os pagamentos.
No mercado, um dos principais temores é com uma possível contaminação das demais empresas do grupo e da própria holding, cuja estrutura de capital não seria compatível com o seu perfil de endividamento - da ordem de R$ 6 bilhões. A agência de classificação de risco Fitch Rating, por exemplo, estampou nas páginas de seu relatório ao mercado preocupação com a liquidez do grupo e com os vencimentos no decorrer do ano.
Entre fontes ligadas à empresa, a informação é que há dinheiro em caixa - em torno de R$ 750 milhões - para honrar compromissos futuros. Mas, questionados sobre a possibilidade de usar esses recursos para pagar dívidas da Celpa, a resposta é que não pode haver transferência entre empresas do grupo.
Entre os maiores credores da Rede Energia estão companhias e instituições do governo federal. A Eletrobrás, por exemplo, tem cerca de R$ 600 milhões a receber do grupo, sendo R$ 450 milhões referente à Celpa. Segundo a estatal, os créditos se referem a fundos setoriais, dos quais a Rede Energia teve acesso nos últimos anos. Em 2010, a Eletrobrás liberou R$ 189 milhões para o grupo investir no programa Luz para Todos.
Normalmente, esse dinheiro sai de dois fundos administrados pela estatal e formados com o dinheiro pago por todos os brasileiros na conta de luz. São eles, Reserva Global de Reversão (RGR) e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - os empréstimos feitos com esses recursos contam com as menores taxas de juros do mercado. A dívida com a Eletrobrás inclui ainda repasses referentes a esses encargos que deveriam ser feitos para os fundos e não foram efetuados pelo grupo.
Outro credor de peso é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O último empréstimo fechado entre o grupo e a instituição ocorreu em 2009 e previa liberação parcelada de R$ 449 milhões para financiar um plano de investimentos do grupo. A primeira, de R$ 100 milhões, ocorreu na época da assinatura do contrato. A segunda foi feita em 2010 e somou R$ 140 milhões.
Metas. Logo em seguida, entretanto, o banco suspendeu as liberações restantes. O motivo seriam metas de qualidade dos serviços previstas no contrato de financiamento com o BNDES e que não foram cumpridas pela Rede Energia. De 2009 para 2010, por exemplo, o índice de perdas do grupo subiu de 20,9% para 21,4%. Em 2003, esse número estava em 15,3%. "Esse tipo de situação pela qual o grupo está passado não é nada saudável para o setor elétrico", argumenta o analista da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa.
As dificuldades financeiras do grupo começaram em 2004, quando a empresa iniciou uma profunda reestruturação financeira. O processo incluiu a venda de vários ativos para fazer frente ao endividamento, que naquela época já era alto. Na reestruturação, a companhia se desfez de ativos de geração e focou seus negócios na distribuição. Hoje, o grupo detém a concessão de nove concessionárias de energia. Juntas, elas atendem a uma área de concessão que representa cerca de 34% do território nacional, 578 municípios e 4,7 milhões de unidades consumidoras. (O Estado de S. Paulo)
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