A Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) se reuniu nessa terça-feira (10/09) com o secretário de Planejamento Energético, Ildo Grudtner, para expor a preocupação das distribuidoras com o aspecto da exposição involuntária as quais estão sujeitas. “Este ano tem reposição de mais 4 mil MW médios que está vencendo em contratos, e ainda vai somar aquela exposição voluntária residual, de 2 mil MW médios. Se esse próximo leilão A-1 não for bem sucedido, vai agravar o cenário para 2014”, explicou o presidente da Abradee, Nelson Leite.
De acordo com o presidente da associação, o modelo do setor elétrico brasileiro não foi feito para trabalhar com exposição involuntária das distribuidoras. Mas, sim, para ter as distribuidoras 100% contratadas, para garantir o atendimento do mercado a todo o instante. “Quando as distribuidoras ficam subcontratadas, em um ambiente de PLD alto, não é uma boa combinação. Porque a exposição involuntária só é apurada no final do ano, e reconhecida no reajuste tarifário no ano seguinte. Então isso significa que a distribuidora tem que bancar isso por um determinado período”, destacou Leite.
Nelson Leite ressaltou ainda que a exposição do problema ao secretário visou o planejamento do cenário em 2014 e que o governo deverá analisar as proposições colocadas. “Nós queremos que esse leilão seja bem sucedido, que tenha ofertante de energia. E nós estamos incentivando que sejam desenvolvidos opções, um modelo com prazos e produtos diferenciados que seja capaz de atrair os vendedores”, afirmou. O presidente da Abradee também acrescentou que deve ser feita uma análise de cenário junto aos ofertantes, para ver qual o melhor modelo de leilão A-1.
Outro assunto tratado na reunião foi a ampliação da abrangência dos mecanismos de compensação de sobras e déficits. Segundo o presidente da Abradee, eles apenas levantaram a questão de contrato de energia nova, todavia é uma proposta para o futuro. A regulamentação do lastro de potência também esteve na pauta de discussão, ao qual a Abradee levantou a questão do decreto 5.163 de 2004, no qual as distribuidoras têm a obrigação de contratar 100% de potência, a partir de 2014. “Isso primeiramente seria em 2009, mas foi prorrogada para 2014. E nós achamos que o setor evoluiu e será que a implementação do jeito que está é a melhor solução?”, argumentou o diretor da Abradee, Marco Delgado, que também participou da reunião.
Com relação ao compartilhamento de postes, Nelson Leite afirmou que apresentará na audiência pública desta quarta-feira, na Aneel, sugestão para que se busque um modelo mais estável, de longo prazo. “Discute-se muito hoje a questão do preço do uso do poste, mas nós temos uma preocupação que está no topo dessa lista, que é a segurança da população, os fios de telecomunicação tem impactado os indicadores de segurança”, explicou. O presidente afirmou também que o congestionamento da ocupação dos postes e o preço ficariam em segundo e terceiro plano, mas que também são preocupações pertinentes. (Jornal da Energia)
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