Para minimizar perdas calculadas em R$ 400 milhões este ano, decorrentes da necessidade de compra de energia para compensar o atraso nas obras da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, a concessionária Energia Sustentável do Brasil (ESBR) discute com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a dispensa da exigência de compra de energia no mercado de curto prazo em agosto, setembro e outubro. O argumento é de que, como também a linha de transmissão do Rio Madeira, construída pela Eletrobrás e a Cteep, está atrasada, as turbinas da usina não precisariam estar em operação.
"A linha de transmissão deve estar operacional entre o fim de outubro e início de novembro", comentou o presidente da ESBR, Victor Paranhos. A tese da companhia se baseia na manifestação do diretor da Aneel Edvaldo Santana, em seu voto sobre a análise para alteração no cronograma de implantação de Jirau, pleiteado pela empresa.
Segundo Santana, as turbinas atrasadas devem entrar em operação imediatamente quando a linha do Rio Madeira estiver pronta. Paranhos afirmou que a companhia aguarda um posicionamento mais claro do órgão regulador sobre a questão. Na época do voto, no início de junho passado, a linha estava prevista para entrar em operação comercial em i.° de julho, o que não se concretizou.
Em tese, a ESBR teria de comprar energia no mercado spot (à vista) para substituir a oferta não entregue por Jirau e cumprir os contratos com as distribuidoras. Mas, como a linha do Madeira não está pronta, a ESBR argumenta que estaria desobrigada de cumprir a exigência, Se prevalecer esse entendimento, as perda da empresa no mercado spot seriam minimizadas. "Isso melhora um pouco a situação", disse Paranhos. A ESBR tem como acionistas a GDF Suez (40%) - controladora da Tractebel a Mitsui (20%), a Eletrosul (20%) e a Chesf (20%).
O contrato original de concessão de Jirau previa que as duas primeiras turbinas entrassem em operação em i.° de janeiro de 2013. Contudo, atrasos na obtenção da licença de instalação, greves e incêndios no canteiro de obras em 2011 e 2012 e embargos dos equipamentos pela Receita Federal comprometeram o prazo de construção da usina.
"Tínhamos 56 meses para executar as obras, mas esse prazo foi afetado pelas paralisações", disse o executivo. Por conta disso, a companhia entrou com recurso em novembro de 2012 na Aneel para alterar o cronograma de implantação do empreendimento. A ESBR solicitou o chamado "exclu-dente de responsabilidade", 011 seja, o período em que as obras estiveram paradas por fatores alheios à concessionária. (O Estado de S. Paulo)
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