terça-feira, 11 de maio de 2010

Desafio é produzir energia "firme e barata"

Presidente da mais nova empresa de petróleo do Brasil, a Barra Energia, e ex-presidente da Petrobras Américas, Renato Bertani acha que o momento é "fascinante" porque o país descobriu o pré-sal em um momento em que a energia é o calcanhar-de-aquiles de muitos países.

O Brasil vai precisar cada vez mais de energia firme e barata para sustentar o crescimento da economia e por isso são necessários não só novos projetos de energia hidrelétrica barata como também de energia de fontes renováveis, como biomassa e eólica. E no caso do petróleo, as previsões de consumo são muito elevados, pelo menos até 2030. Esses foram os pontos de convergência entre os presidentes da Neoenergia, CPFL e da Barra Energia, essa última a mais nova petroleira do país, que participaram ontem do seminário Brazil Infrastructure Summit 2010.

O atraso na linha de transmissão ligando os municípios de Juína e Brasnorte, no Mato Grosso, vai afetar o início dos testes e da venda de energia da hidrelétrica Dardanelos, empreendimento da Neoenergia, Chesf e Eletronorte. A usina, que terá capacidade de gerar 261 megawatts (MW), está sendo construída às margens do rio Aripuanã (MT) e terá duas das cinco turbinas instaladas em junho. Mas não poderá entrar em testes porque a linha de transmissão de 209 quilômetros que está sendo construída pela Empresa Brasileira de Transmissão de Energia (EBTE), do grupo Alusa, não deve ficar pronta a tempo. O presidente da Neoenergia, Marcelo Corrêa, acha que problemas como esse podem ser evitados se o governo "atrelar" as regras estabelecidas para a geração também à transmissão. "É imprescindível retomar o potencial energético da região Norte", sugere Corrêa.

Ele mencionou esse como um dos grandes desafios e oportunidades que o Brasil oferece. O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr., frisou ainda que o país tem um potencial eólico de 140 mil MW, quase equivalente ao hidrelétrico (do qual apenas um terço foi explorado), e de 25 mil MW de cogeração à base de bagaço de cana-de-açúcar.

Já no segmento de exploração e produção de petróleo, as previsões de consumo são crescentes não apenas do Brasil, mas também no mundo, onde está previsto aumento da demanda até 2030. A descoberta de petróleo no pré-sal da bacia de Santos vai concorrer com o setor elétrico por recursos de longo prazo, principalmente do BNDES, que até agora é o único financiador de longo prazo no país. "Vários projetos de vários setores estão concorrendo por 'funding'. E uma preocupação do setor de energia elétrica é a competição de outros setores, o que cria disputa por investimentos", disse Corrêa.

Presidente da mais nova empresa de petróleo do Brasil, a Barra Energia, e ex-presidente da Petrobras Américas, Renato Bertani acha que o momento é "fascinante" porque o país descobriu o pré-sal em um momento em que a energia é o calcanhar-de-aquiles de muitos países. Ele ressalta que a tendência daqui por diante é de aumento de preços do petróleo já que próximas décadas a produção pode ser insuficiente para atender a crescente demanda e ainda repor o declínio natural dos atuais campos produtores em todo o mundo. (Valor Econômico)

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