Rio e de Belo Horizonte - O ex-presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, será nomeado presidente da Light em uma reunião do conselho de administração da companhia marcada para amanhã. Na sexta-feira à noite Kelman disse que não ia falar sobre o assunto. "Prefiro não comentar", disse ao Valor, sem desmentir a informação, confirmada pelo Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas Gerais, em Belo Horizonte, onde fica a sede da Cemig, controlada da distribuidora fluminense. O atual presidente da Light, José Luiz Alqueres, irá para a presidência do conselho de administração da companhia. A Cemig vai nomear dois diretores: José Humberto de Castro (ex-presidente da Celpe) e Evandro Leite, ex-superintendente de geração e transmissão da Cemig. O diretor financeiro, Ronnie Vaz Moreira, fica no cargo.
Maior acionista da empresa fluminense, a estatal estadual Cemig quer evitar qualquer inferência de que a Light passaria a ter influência política em sua gestão. Por esta razão, não está previsto que o governador Aécio Neves (PSDB) faça o anúncio. Além da experiência do novo presidente, que comandou a agência reguladora do setor, a indicação levou em consideração a origem do executivo. O governo mineiro queria alguém natural do Rio de Janeiro e com experiência no setor para comandar a distribuidora. O nome do engenheiro Jerson Kelman, que comandou a comissão de análise das causas do racionamento de 2001 no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e depois a Aneel por quatro anos, indicado pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff (PT), cai como uma luva. Kelman é um técnico respeitado no setor, com trânsito também em Brasília, de onde saiu depois de enfrentar alguns embates com o governo devido à franqueza com que pautou sua gestão. Depois que acabou sua quarentena na Aneel, de onde saiu em janeiro do ano passado, Kelman trabalhou na BR Investimentos, do banqueiro Paulo Guedes.
Mesmo permanecendo na Light como presidente do conselho, Alquéres tem direito ao equivalente a R$ 30 milhões em ações da Light, e Ronnie Vaz Moreira, diretor financeiro, a outros R$ 20 milhões. Esse era o valor de mercado, no fim de 2009, das ações a que eles tinham direito em um plano de incentivos quando da venda da Light para o consórcio Rio Minas. Na época foi formada a empresa JLA (de José Luiz Alquéres) para participar da aquisição da empresa, então controlada pela francesa EDF. Mas a JLA não fez parte do consórcio vencedor. Os compradores foram o consórcio Rio Minas Energia que reunia a Cemig, Andrade Gutierrez Concessões, Equatorial Energia (de sócios do Banco Pactual) e o fundo de participações LUCE, do empresário Aldo Floris. Os novos controladores confirmaram Alquéres e Vaz Moreira como os principais executivos.
A Light vem enfrentando uma série de problemas no Rio. Na semana passada a Aneel aplicou multa de R$ 9,5 milhões na empresa por causa dos apagões que afetaram a cidade nos últimos três meses. Segundo a agência, foram identificadas "falhas de manutenção e operação", equipamentos 'em fim de vida útil" e "deficiência na gestão da carga nas redes subterrâneas do Rio de Janeiro, especialmente nos bairros Leblon, Ipanema, Lagoa e Copacabana, além do Centro". Consertar a rede de distribuição da Light é um dos desafios de Kelman à frente da distribuidora. Para a Cemig, que almeja o segundo lugar entre as empresas de energia do país. A aquisição da Light se dá depois de uma bilionária oferta pela Terna. O apetite por aquisições continua e a empresa está de olho em novos ativos no país, que inclui participação da Endesa na Ampla, ativos do Grupo Rede, a Celesc e até a Gas Brasiliano, distribuidora de gás de São Paulo controlada pela Eni.
A lista de ativos que cobiça é uma boa mostra do apetite também para ter uma posição de destaque como segunda maior empresa de energia do país, atrás da Petrobras. O plano estratégico da companhia prevê não só aumentar a atuação em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, mas também no gás em todo o país. Em 2008 a Cemig estreou no setor de petróleo e gás arrematando blocos na bacia do São Francisco leiloados na 10ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em consórcio com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), entre outras. Através da Gasmig, sua controlada em associação com Petrobras, a mineira tem planos de atrair investimentos para o Estado, incluindo a nova fábrica de fertilizantes que a Petrobras planeja construir. (Valor Econômico)
Maior acionista da empresa fluminense, a estatal estadual Cemig quer evitar qualquer inferência de que a Light passaria a ter influência política em sua gestão. Por esta razão, não está previsto que o governador Aécio Neves (PSDB) faça o anúncio. Além da experiência do novo presidente, que comandou a agência reguladora do setor, a indicação levou em consideração a origem do executivo. O governo mineiro queria alguém natural do Rio de Janeiro e com experiência no setor para comandar a distribuidora. O nome do engenheiro Jerson Kelman, que comandou a comissão de análise das causas do racionamento de 2001 no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e depois a Aneel por quatro anos, indicado pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff (PT), cai como uma luva. Kelman é um técnico respeitado no setor, com trânsito também em Brasília, de onde saiu depois de enfrentar alguns embates com o governo devido à franqueza com que pautou sua gestão. Depois que acabou sua quarentena na Aneel, de onde saiu em janeiro do ano passado, Kelman trabalhou na BR Investimentos, do banqueiro Paulo Guedes.
Mesmo permanecendo na Light como presidente do conselho, Alquéres tem direito ao equivalente a R$ 30 milhões em ações da Light, e Ronnie Vaz Moreira, diretor financeiro, a outros R$ 20 milhões. Esse era o valor de mercado, no fim de 2009, das ações a que eles tinham direito em um plano de incentivos quando da venda da Light para o consórcio Rio Minas. Na época foi formada a empresa JLA (de José Luiz Alquéres) para participar da aquisição da empresa, então controlada pela francesa EDF. Mas a JLA não fez parte do consórcio vencedor. Os compradores foram o consórcio Rio Minas Energia que reunia a Cemig, Andrade Gutierrez Concessões, Equatorial Energia (de sócios do Banco Pactual) e o fundo de participações LUCE, do empresário Aldo Floris. Os novos controladores confirmaram Alquéres e Vaz Moreira como os principais executivos.
A Light vem enfrentando uma série de problemas no Rio. Na semana passada a Aneel aplicou multa de R$ 9,5 milhões na empresa por causa dos apagões que afetaram a cidade nos últimos três meses. Segundo a agência, foram identificadas "falhas de manutenção e operação", equipamentos 'em fim de vida útil" e "deficiência na gestão da carga nas redes subterrâneas do Rio de Janeiro, especialmente nos bairros Leblon, Ipanema, Lagoa e Copacabana, além do Centro". Consertar a rede de distribuição da Light é um dos desafios de Kelman à frente da distribuidora. Para a Cemig, que almeja o segundo lugar entre as empresas de energia do país. A aquisição da Light se dá depois de uma bilionária oferta pela Terna. O apetite por aquisições continua e a empresa está de olho em novos ativos no país, que inclui participação da Endesa na Ampla, ativos do Grupo Rede, a Celesc e até a Gas Brasiliano, distribuidora de gás de São Paulo controlada pela Eni.
A lista de ativos que cobiça é uma boa mostra do apetite também para ter uma posição de destaque como segunda maior empresa de energia do país, atrás da Petrobras. O plano estratégico da companhia prevê não só aumentar a atuação em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, mas também no gás em todo o país. Em 2008 a Cemig estreou no setor de petróleo e gás arrematando blocos na bacia do São Francisco leiloados na 10ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em consórcio com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), entre outras. Através da Gasmig, sua controlada em associação com Petrobras, a mineira tem planos de atrair investimentos para o Estado, incluindo a nova fábrica de fertilizantes que a Petrobras planeja construir. (Valor Econômico)