Utilizado com sucesso pela telefonia móvel, o sistema pré-pago para o segmento de energia elétrica é um assunto que se tornou pauta para as companhias nos últimos meses. Conhecida por beneficiar tanto consumidores, que conseguem controlar seus gastos, quanto distribuidoras, que passam a ter sua receita antecipada, esta forma de pagamento pode também se constituir numa forte estratégia de combate às perdas comerciais - os chamados gatos.
A energia pré-paga, assim como o fornecimento gratuito de uma quantidade limitada de energia, é uma tática para reduzir o furto de energia, problema que faz com que o Brasil deixe de arrecadar anualmente cerca de R$ 10 bilhões em impostos, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU).
Muitos devem estar se perguntando se o pré-pagamento já é uma realidade possível no Brasil.
A resposta é: sim, já existe tecnologia para isso. E o sistema se encaixa perfeitamente às necessidades do País, já que 80% de sua população estão distribuídos nas classes C, D e E.
Justamente pelo número de pessoas residentes na periferia das grandes cidades ou nos centros rurais, o abastecimento de energia é um assunto que vem sendo discutido exaustivamente. O governo federal já possui programas voltados para este público, como o Luz para Todos, que leva energia elétrica a lugares distantes, atendendo principalmente o meio rural. No entanto, não basta pensar em garantir energia apenas pelo meio físico: é preciso também pensar no aspecto financeiro da questão.
Isto porque o consumidor brasileiro busca adequar seu consumo à sua capacidade de pagamento.
O uso do sistema pré-pago funciona como crédito para que as comunidades carentes possam consumir energia de forma legal. Esse sistema é positivo para toda a cadeia, pois ameniza problemas como a inadimplência, o corte, o religamento, a emissão e o envio de fatura, além de permitir que os consumidores aproveitem os benefícios do controle efetivo sobre sua demanda.
Por exemplo, se fornecêssemos 110 kW (quilowatts) gratuitamente à população mais carente, permitiríamos uma melhora na sua qualidade de vida, a utilização legal do serviço e, acima de tudo, estaríamos ensinando estas pessoas a economizar, pois o consumo exagerado e o desperdício demandam uma produção de energia acima do suficiente.
Enfrentamos esse problema em algumas favelas brasileiras nas quais os moradores tiram a porta das geladeiras para as utilizarem como ar-condicionado, tudo movido a energia furtada, gerando prejuízo às distribuidoras e, consequentemente, aumentando a tarifa do restante da população.
E nos casos em que, depois da utilização da energia concedida gratuitamente, a pessoa ainda tiver demanda por essa energia, o serviço pode ser comprado previamente, na forma de créditos.
Já há países que utilizam a energia pré-paga, com sucesso.
Na região ao norte de Buenos Aires, por exemplo, a distribuidora Edenor instalou um sistema de pré-pagamento pelo qual os clientes compram pequenos valores de energia a cada três ou quatro dias, evitando assim ficar sem o abastecimento.
A África do Sul também adotou esse modelo, e os resultados têm sido positivos.
O projeto Nour - que em árabe quer dizer luz, reuniu a Somelac, companhia de energia elétrica estatal, e o GRET, grupo de pesquisa e tecnologia francês, numa parceria na qual o consumidor paga adiantado pela energia que vai utilizar, comprando cartões que são inseridos no relógio de casa. O uso da energia pré-paga no Brasil está sendo visto com bons olhos e é uma tendência nos próximos anos, como já ocorre com o sistema de telefonia móvel e do abastecimento de água em alguns locais.
Esta pode ser uma das saídas para atender bem o consumidor de energia de baixa renda e, ainda, reduzir o prejuízo das companhias com fraudes. (DCI)
A energia pré-paga, assim como o fornecimento gratuito de uma quantidade limitada de energia, é uma tática para reduzir o furto de energia, problema que faz com que o Brasil deixe de arrecadar anualmente cerca de R$ 10 bilhões em impostos, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU).
Muitos devem estar se perguntando se o pré-pagamento já é uma realidade possível no Brasil.
A resposta é: sim, já existe tecnologia para isso. E o sistema se encaixa perfeitamente às necessidades do País, já que 80% de sua população estão distribuídos nas classes C, D e E.
Justamente pelo número de pessoas residentes na periferia das grandes cidades ou nos centros rurais, o abastecimento de energia é um assunto que vem sendo discutido exaustivamente. O governo federal já possui programas voltados para este público, como o Luz para Todos, que leva energia elétrica a lugares distantes, atendendo principalmente o meio rural. No entanto, não basta pensar em garantir energia apenas pelo meio físico: é preciso também pensar no aspecto financeiro da questão.
Isto porque o consumidor brasileiro busca adequar seu consumo à sua capacidade de pagamento.
O uso do sistema pré-pago funciona como crédito para que as comunidades carentes possam consumir energia de forma legal. Esse sistema é positivo para toda a cadeia, pois ameniza problemas como a inadimplência, o corte, o religamento, a emissão e o envio de fatura, além de permitir que os consumidores aproveitem os benefícios do controle efetivo sobre sua demanda.
Por exemplo, se fornecêssemos 110 kW (quilowatts) gratuitamente à população mais carente, permitiríamos uma melhora na sua qualidade de vida, a utilização legal do serviço e, acima de tudo, estaríamos ensinando estas pessoas a economizar, pois o consumo exagerado e o desperdício demandam uma produção de energia acima do suficiente.
Enfrentamos esse problema em algumas favelas brasileiras nas quais os moradores tiram a porta das geladeiras para as utilizarem como ar-condicionado, tudo movido a energia furtada, gerando prejuízo às distribuidoras e, consequentemente, aumentando a tarifa do restante da população.
E nos casos em que, depois da utilização da energia concedida gratuitamente, a pessoa ainda tiver demanda por essa energia, o serviço pode ser comprado previamente, na forma de créditos.
Já há países que utilizam a energia pré-paga, com sucesso.
Na região ao norte de Buenos Aires, por exemplo, a distribuidora Edenor instalou um sistema de pré-pagamento pelo qual os clientes compram pequenos valores de energia a cada três ou quatro dias, evitando assim ficar sem o abastecimento.
A África do Sul também adotou esse modelo, e os resultados têm sido positivos.
O projeto Nour - que em árabe quer dizer luz, reuniu a Somelac, companhia de energia elétrica estatal, e o GRET, grupo de pesquisa e tecnologia francês, numa parceria na qual o consumidor paga adiantado pela energia que vai utilizar, comprando cartões que são inseridos no relógio de casa. O uso da energia pré-paga no Brasil está sendo visto com bons olhos e é uma tendência nos próximos anos, como já ocorre com o sistema de telefonia móvel e do abastecimento de água em alguns locais.
Esta pode ser uma das saídas para atender bem o consumidor de energia de baixa renda e, ainda, reduzir o prejuízo das companhias com fraudes. (DCI)