sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Andrade assume dívida da SEB com o BNDES e leva fatia da Cemig

A construtora brasileira Andrade Gutierrez Concessões (AGC) fechou acordo com o BNDES para assumir a dívida de R$2,1 bilhões que o fundo Southern Electric Brazil (SEB), empresa que pertence à AES e é acionista da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), possui com o banco.

Na prática, esta transação, firmada em 22 de dezembro do ano passado, permitirá à Andrade assumir 14% do capital total da estatal mineira - que corresponde a 32,96% do capital votante - que hoje estão nas mãos da SEB. A assessoria de imprensa do BNDES confirma a assinatura do acordo, mas ressalta que o negócio ainda depende da aprovação da Justiça, que há seis anos analisa o caso.

Segundo o banco, a Andrade pagará R$500 milhões do total da dívida à vista. O restante do passivo será pago por meio de emissão de debêntures que o BNDES vai adquirir e que poderão ser resgatadas em até 10 anos. Ainda segundo o acordo, a AGC também deverá pagar US$ 25 milhões à SEB.

A SEB foi uma empresa criada pela AES, Mirant e 524 Participações para entrar no leilão de compra de ações da Cemig. Para vencer o negócio, as empresas pediram ajuda do banco de desenvolvimento, mas não honraram o compromisso. Um dos motivos para o não cumprimento das obrigações está atrelado à expectativa frustrada que o fundo tinha em controlar a empresa mineira.
A dívida da SEB impedia a AES, que controla a Eletropaulo, Tietê, AES Sul e Uruguaiana, de tomar financiamentos junto ao BNDES. Com a concretização do acordo, a AES limpará seu nome com o banco. [Jornal da Energia]