sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Recluso, ministro de Minas e Energia colocará cargo à disposição

BRASÍLIA — Embora a presidente Dilma Rousseff tenha demonstrado que só fará mudanças nos ministérios depois que voltar do encontro do G20 na Austrália, começando pela Fazenda, os partidos aliados já têm indicações claras de alguns remanejamentos que serão feitos por ela. Um dos ministros não petistas mais prestigiados pela presidente Dilma, Edison Lobão está afastado da cena política há um mês e meio. Nesse período, ele foi citado em delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato, e seu filho perdeu a corrida pelo governo do Maranhão. Lobão colocará o cargo à disposição de Dilma. No dia do segundo turno, ele informou a pessoas próximas que não tem a pretensão de continuar no cargo, no qual ingressou em 2008.

Técnicos do governo, porém, minimizam a citação de Lobão nas delações relacionadas a fraudes na Petrobras, uma vez que não houve indicação de ações específicas, como ocorreu com outros políticos. Eles consideram sua reclusão “natural”, assim como a de outros ministros que hoje têm futuro incerto, como César Borges (Portos) e Paulo Sérgio Passos (Transportes) — igualmente próximos à presidente, mas sem lastro político para chegar à nova Esplanada.

Embora a presidente deva se decidir pelo Ministério de Minas e Energia mais à frente, há hoje duas principais possibilidades sobre o destino da pasta. Funcionários do ministério entendem que o cargo exige “estatura política” e, portanto, deve continuar com um nome indicado pela bancada do PMDB do Senado. Entre os nomes citados por essa corrente estão o líder do governo, Eduardo Braga, e o senador Vital do Rêgo. Cogita-se ainda a permanência de Lobão.

Um senador do PMDB disse ao GLOBO que a bancada pretende continuar a ter três ministros no próximo governo, independentemente dos nomes e das pastas definidas. Hoje, são considerados indicações dos peemedebistas o Turismo, a Previdência e Minas e Energia.

No Planalto, no entanto, assessores avaliam que Dilma poderia avocar a condução das políticas de energia e, assim, indicar um nome de sua inteira confiança. Nessa linha, o mais cotado é seu ex-chefe de gabinete Giles Azevedo, que trabalha com ela desde quando foi secretária de Energia do Rio Grande do Sul, no cargo de secretário de Mineração, e quando ela era ministra. (O Globo)
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