terça-feira, 9 de setembro de 2014

Projeto Visões do Setor Elétrico põe na agenda problemas do segmento

Após lançar o projeto Visões do Gás Natural, com o objetivo de colocar o assunto na pauta dos presidenciáveis, a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais e de Consumidores Livres dá início nesta segunda-feira, 8 de setembro, ao projeto Visões do Setor Elétrico. A ideia do projeto é apresentar pontos de vista de diversos especialistas, associações, acadêmicos, sobre a difícil situação vivida pelo setor e pela indústria no país.


"De fato, se não há um problema de falta de energia, os impactos financeiros da situação do setor elétrico são muito graves. E eles se comunicam com o setor de gás também. Isso está trazendo um conjunto de prejuízos para a economia brasileira, para os agentes do setor e, fundamentalmente, para a competitividade do país", destacou Paulo Pedrosa, presidente da Abrace. Na visão da associação, a competitividade do país deve ser o foco do setor elétrico, só que, atualmente, ele não está entregando ao país o que deveria entregar. "Pelo contrário, hoje a energia é um desestímulo a produção e ao investimento", comentou.

Para o executivo o projeto Visões do Setor Elétrico é importante, porque aproveita o ambiente conflituoso e também o ambiente de campanha eleitoral, para oferecer a sociedade um espaço com um conjunto de propostas. Além da Abrace, o projeto conta com as visões da Apine, da PSR e da Thymos Energia, além da visão de diversos especialistas do setor, entre eles do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp; dos ex-diretores da Aneel, Jerson Kelman e Edvaldo Santana; e do ex-Conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Ricardo Lima.

Na visão de Chipp, do ONS, face à crescente dificuldade para licenciamento ambiental de projetos de usinas hidrelétricas com reservatórios, projetos de térmicas convencional, como carvão e gás natural, e até mesmo usinas nucleares se farão necessários no médio e longo prazo como alternativas concretas de diversificação da matriz elétrica. Ricardo Lima coloca que soluções adotadas em gabinetes fechados, por mais brilhantes que sejam os tomadores de decisão, serão sempre parciais e refletirão apenas facetas da solução. "O que precisamos é parar de acreditar que o que vivemos é apenas uma crise conjuntural. Ela é estrutural. Ela é mais profunda e mais séria", disse o executivo.

Segundo Pedrosa, o interessante do projeto é que a partir de pontos de vista individuais, coloque-se os temas na agenda de discussões, que foi muito pulverizada nos últimos tempos. "Cada um expõe o problema pelo seu ângulo. A Apine vive hoje o 'trauma' do GSF. A Abradee está com uma imensa dificuldade de financiar o custo da energia para o mercado regulado, porque é algo que destrói o Ebtida do setor de distribuição. Cada segmento está colocando aquilo que mais lhe incomoda. E com o projeto, estamos tentando ajudar a provocar essa discussão e dar qualidade a essa discussão", aponta o executivo. Os papers dos especialistas e das instituições estão disponíveis emwww.visoesdosetoreletrico.com.br. As discussões sobre gás natural podem ser encontradas emwww.visoesdogas.com.br. (Agência Canal Energia)
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