terça-feira, 30 de setembro de 2014

CCEE acredita que 2015 será tão agitado quanto 2014

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica trabalha para um ano de 2015 tão agitado quanto o ano de 2014. A gestão da conta-ACR e preços de energia ainda em patamares mais elevados são os principais direcionadores dessa expectativa. Outro ponto a ser observado este ano e que influenciará em 2015 será o leilão A-1 que indicará como o governo e a Aneel deverão atuar para minimizar o impacto sob o setor elétrico no ano que vem.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da entidade, Luis Eduardo Barata, a agenda que foi estabelecida para 2015 prevê cautela. “A gestão da conta-ACR continua, agora passaremos a pegar os recursos das distribuidoras a partir de fevereiro e repassaremos aos bancos a partir de novembro”, lembrou ele. “Além disso, não imaginamos que os preços vão despencar em 2015”, acrescentou Barata, em entrevista após sua apresentação no 2º Encontro Nacional de Consumidores Livres, realizado pelo Grupo CanalEnergia, em São Paulo.

Em função dessas perspectivas, comentou Barata, a entidade estabeleceu uma agenda de ações que deve priorizar a segurança do setor. Entre as medidas previstas estão a entrada em vigor da segunda fase das garantias financeiras, com a entrada de bancos com limites operacionais para agentes do setor, e a implantação do monitoramento, que ainda está em discussão com a agência reguladora.

Barata preferiu não estimar como as distribuidoras deverão entrar em 2015. Ele disse que o resultado do leilão A-1 trará o panorama com o qual o governo e a Aneel deverão trabalhar. “Acho que não deveremos trabalhar com a repetição de 2014 em 2015”, disse ele. “Não trabalhamos com a hipótese de alta exposição involuntária. Tanto o governo quanto a Aneel devem buscar solução para isso. O A-1 não será suficiente para resolver a situação porque se as distribuidoras contratarem a mais, terão sobrecontratação, então a solução será mais bem elaborada”, apontou ele, concordando que a solução passa por algo diferente do que a legislação prevê atualmente.

Barata disse acreditar que a tendência é de que a liquidação no MCP para o ano que vem volte a recuar diante do recorde previsto para esse ano que é de até R$ 36 bilhões. O patamar que poderia ser alcançado é o nível histórico de algo entre R$ 8 e R$ 10 bilhões ao ano.

Por falar em liquidação do mercado de curto prazo, Barata afirmou que a câmara já enviou a notificação à Santo Antônio Energia sobre a sua situação por não aportar as garantias financeiras referente ao mês de agosto no valor de R$ 266 milhões. Agora, disse ele, a entidade deverá retomar o processo de desligamento previsto na regulação do setor. (Agência Canal Energia)
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