quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Preço viabiliza PCHs, diz Tolmasquim

Apesar do descontentamento demonstrado pelos diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu o preço-teto de R$158/MWh, estipulado para as pequenas centrais hidrelétricas no Leilão A-5, que acontece em 30 de setembro.

"O preço foi aumentado com relação aos certames anteriores e está muito próximo do que era pleiteado pelo setor", disse Tolmasquim, antes da abertura do Brazil Wind Power, que está acontecendo nesta terça-feira (26/08), no Rio de Janeiro.

O presidente da EPE afirmou não ter dúvidas de que muitas pequenas centrais serão licitadas. "Esse preço-teto viabiliza a maioria dos projetos de PCHs inscritos", assegurou.

Durante a reunião ordinária realizada na terça-feira, alguns diretores da Aneel reclamaram dos preços estipulados pela EPE. Reive Barros, por exemplo, afirmou que acha difícil de que projetos hídricos sejam licitados. Não haverá grandes hidrelétricas no certame.

Térmicas - Tolmasquim afirmou que o preço-teto de R$197/MWh estipulado para as térmicas foi pensando para permitir a viabilização de projetos termelétricos que utilizam como combustível o gas natural liquefeito (GNL). "Algumas térmicas vão utilizar o terminal [da Petrobras] e outras que terão seus próprios terminais. Alguns projetos, localizados na região Norte, utilizarão gás proveniente de reservas nacionais", disse.

O valor, explicou o presidente da EPE, também é viável para UTEs que utilizam outros combustíveis. "Tudo caminha pra termos térmicas a gás, a carvão e a biomassa, além das PCHs. Será interessante ver essa competição", afirmou.

Sobre a biomassa, Tolmasquim afirma que o valor estipulado permitirá não apenas a viabilização de projetos que utilizam o bagaço de cana, mas também os de cavaco de madeira.

Eólica - Élbia Mello, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), mostrou-se satisfeita com o preço estipulado para a fonte. "Se atualizar o preço do ano passado, a diferença corresponde a duas vezes o índice acumulado do IPCA", afirmou. O aumento, explicou a executiva, contempla a nova percepção de riscos para o empreendedor, que inclui a transmissão, exigência de conteúdo nacional para obtenção de financiamento e a mudança para P90. (Jornal da Energia)
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