quarta-feira, 27 de agosto de 2014

MP 579 não causou o déficit financeiro de 2014, afirma Tolmasquim

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, voltou a defender nesta terça-feira, 26 de agosto, que a MP 579 de 11 de setembro de 2012 não foi a causadora do déficit financeiro de 2014. Segundo ele, o cenário apresentado indicava que as distribuidoras estariam sobrecontratadas já que 11.400 MW médios estariam entrando no mercado a partir de 2013 diante de uma demanda de 8.500 MW médios.

Na avaliação de Tolmasquim, que participou do seminário Perspectivas do Setor Elétrico promovido pela Apimec-SP, as distribuidoras não tiveram nem como declarar demanda para o leilão de energia existente A-1 de 2012. Ele lembrou que há um limite de sobrecontratação de era de 5% sobre a demanda das concessionárias.

Acontece que apesar dessa perspectiva de sobra de energia, a não adesão da Cesp, Cemig e Copel aos termos de renovação antecipada mais a revogação das térmicas da Bertin derrubaram esses volumes.

O custo total apresentado pelo executivo durante o evento ficou em R$ 50,1 bilhões. Mas, classificou como errado apontar esse o déficit que irá para o consumidor. No somatório de dois anos desse estresse no setor elétrico, R$ 21,6 bilhões foram injetados pelo Tesouro Nacional, R$ 10,7 bilhões os aportes da CDE e R$ 17,8 bilhões via empréstimo da CCEE.

Ele voltou a defender que essa situação é conjuntural e que em 2018 o consumidor voltará a ter o benefício líquido da redução do preço da energia por meio das usinas já amortizadas.

Outro ponto defendido pelo executivo foi a decisão de não se estabelecer nenhum tipo de racionamento de energia ou de campanha da racionalização do uso da energia. Segundo um comparativo apresentado, Tolmasquim indicou que a situação entre 2001 e 2014 é diferente porque atualmente o país dispõe de uma infraestrutura muito mais equilibrada.

Ele citou o aumento da capacidade de intercâmbio de energia entre as regiões do país, expansão da capacidade de geração termelétrica de cerca de 5 mil MW para quase 20 mil MW, entre outros aspectos. Por isso, acrescentou ele, que mesmo com um nível de reservatórios em 2014 menor do que o verificado em 2001 que o país conseguiu enfrentar o ano sem nenhuma medida e sem apagões durante este ano. (Agência Canal Energia)
Leia também:
Déficit das hidrelétricas sobe para R$ 3,9 bi este mês
Tolmasquim descarta problema no setor de energia em 2015
EPE descarta expansão térmica com usinas movidas a óleo
Diretor-geral da ONS prevê menor despacho térmico em 2015
Geradores tentam posição conjunta sobre exposição no curto prazo