Sem tomar uma decisão definitiva sobre como irá tratar a dívida das elétricas com a compra de energia, o governo adiou para abril uma conta de R$ 3,7 bilhões. Essa é a estimativa do próprio setor para os gastos das distribuidoras no mês de fevereiro, quando o preço da eletricidade bateu no teto --R$ 822 por megawatt-hora.
A conta refere-se à energia que as distribuidoras tiveram de adquirir no mercado livre, a preço mais alto por causa do uso intensivo das usinas térmicas devido à queda dos reservatórios das hidrelétricas.
Na sexta-feira, o governo publicou decreto em que assume as despesas das distribuidoras com a compra de energia realizada em janeiro, uma conta de R$ 1,2 bilhão. As empresas defendem que o montante é de R$ 1,8 bilhão, se considerados outros gastos com energia térmica.
O texto, assinado pela presidente Dilma Rousseff, não especifica quem pagará a conta, se serão os consumidores ou apenas do Tesouro. Segundo a Folha apurou, a tendência é o governo dividir os gastos com os dois lados.
O decreto também não diz se essa conta pode recair, no futuro, sobre as tarifas. Essa foi a estratégia adotada no ano passado, quando o governo assumiu a conta das distribuidoras, mas estabeleceu que o valor seria repassado às tarifas ao longo de cinco anos --de 2014 a 2018. Neste ano eleitoral, porém, nenhuma parte dessa conta foi repassada aos consumidores, o que evitou reajustes maiores das tarifas. (Folha de S. Paulo)
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