terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cemig estima investimentos de R$ 3 bilhões para este ano

A Cemig prevê investir cerca de R$ 3 bilhões em 2014. Segundo o diretor de finanças e relação com investidores da elétrica, Luiz Fernando Rolla, os recursos vão atender não só projetos da distribuidora, como as obras para a Copa do Mundo, mas também aportes expressivos na área de geração, como a usina de Belo Monte, no Pará. 

Rolla explicou que o orçamento está comprometido com investimentos e que não há reserva de recursos para arcar com despesas com energia de curto prazo. 

"Não fizemos nada em relação ao orçamento, mesmo porque o governo [federal] tinha tomado alguma medida nesse sentido no ano passado", disse o executivo ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Ele acredita que o governo auxiliará novamente as distribuidoras de energia com recursos do Tesouro Nacional via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). 

Apesar disso, o diretor ressaltou que o aporte precisa ser feito no "tempo adequado". "Temos uma série de pagamentos nos próximos três meses, que, dado ao nível atual do PLD [preço de energia de curto prazo], são suficientes para exaurir o caixa da empresa". Segundo ele, a companhia tinha um caixa "confortável", de R$ 4 bilhões no fim do terceiro trimestre de 2013. 

De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço de energia de curto prazo (ou PLD, preço de liquidação de diferenças) para esta semana permaneceu no teto regulatório de R$ 822,83 por megawatt-hora nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul. 

Para o diretor da Cemig, se o PLD permanecer acima de R$ 500 o MWh, sem o apoio do governo, as despesas das distribuidoras com a "compra" de energia de curto prazo vai liquidar a geração de caixa dessas companhias. 

Na última semana, a classificadora de riscos Fitch Ratings informou que pode rever os ratings das distribuidoras, caso o governo não conceda o apoio em tempo hábil. A avaliadora de riscos também alertou para a possibilidade de um racionamento, se o nível dos reservatórios não aumentar nas próximas semanas. 

A paranaense Copel informou que não estuda buscar financiamento para cobrir as despesas com energia de curto prazo. "Acreditamos que os custos serão compensados com recursos provenientes da CDE", disse a empresa, em nota. A posição é a mesma da estatal Eletrobras. (Valor Econômico)
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