terça-feira, 15 de outubro de 2013

State Grid quer comprar mais US$3 bilhões em ativos no Brasil até 2015

O presidente da State Grid Brazil, Cai Hongxian, afirmou nesta segunda-feira (14/10) durante o XXII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNTPEE) que a empresa tem a meta de alcançar em ativos totais cerca de US$ 10 bilhões até 2015, tanto em transmissão quanto em geração. Segundo o presidente, os ativos já contabilizam cerca de US$ 7 bilhões. 

De acordo com Hongxian, o foco principal são os linhões de Belo Monte. “Como ainda não sabemos como serão dividido os lotes pela Aneel, em relação à linha e subestações, não há um modelo definitivo ainda. Mas com certeza estamos trabalhando no sentido de uma gestão conjunta com as empresas do grupo Eletrobras. Mas ao mesmo tempo estamos discutindo isso com a Cemig e Copel”, explicou.

O presidente ressaltou que a Sate Grid já possui forte experiência em tecnologia ultra alta tensão, tanto linhas em corrente contínua como linhas em corrente alternada. Sendo que na corrente contínua há duas linhas em operação, com mais de três anos, e duas linhas em construção. “Só para dar exemplo da capacidade de uma linha dessas, na China uma linha de 800Kv em corrente contínua, consegue transmitir uma capacidade de 8 milhões de Kw. Então para corrente contínua temos projetos em 800kv e 1100kv, como por exemplo a linha Xiangjiaba – Shangai, que já está há 3 anos em operação”, disse o executivo.

Segundo Cai Hongxian, o projeto de Belo Monte está em fase de estudo, se será construído o circuito duplo com 4 milhões de KW a capacidade de transmissão. Mas isso dependerá do tamanho do sistema e do estudo comparativo dos projetos, acrescentou o presidente. “A capacidade instalada na China é de 10 vezes a capacidade no Brasil. Você consegue imaginar a grandeza do sistema da China. Estamos em busca de parcerias com empresas brasileiras, como por exemplo Furnas, que possui sistema de corrente contínua e experiência em construção e operação desse sistema. Então a nossa parceria tornaria possível esse intercâmbio de experiência e conhecimentos”, explicou.

Outro desafio para a empresa chinesa é com relação ao sistema do Brasil, que é interligado e totalmente diferente da China. Para o executivo, aqui o controle é o que eles chamam de secundários: precisam ser reforçados. “No Brasil há vários investidores que estão dentro do mesmo sistema, então o trabalho de coordenação se torna mais importante. O sistema precisa ser reforçado em termos de despacho, controle e proteção por parte do ONS. Já no chinês só há apenas um investidor no sistema todo, então nesse caso o investimento que se faz com proteção e controle é gigantesco. Mas ainda assim aqui precisa investir muito mais aqui”, ressaltou Cai Hongxian. (Jornal da Energia)
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