As usinas hidrelétricas continuarão como carro-chefe do sistema de energia do País, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (Epe), Maurício Tolmasquim, durante o 14º Encontro de Energia, promovido pela Fiesp, em São Paulo. Neste ano, haverá quatro leilões para contratação de energia: um de reserva exclusivo para eólicas, dois A-5 (para entrega em 2018) e um A-3 (para entrega em 2016). Tolmasquim defendeu o modelo e explicou que fontes alternativas estão sendo contempladas.
A energia solar, por exemplo, estreará nos certames neste mês, no leilão A-3. Na avaliação do presidente da Epe, a fonte ainda é "pouco viável", mas foi contemplada por ser uma reivindicação de empresários. "Além disso, as eólicas começaram assim e hoje são um sucesso", afirmou. Ele explicou que muitas regiões do País têm forte incidência de sol durante o dia e muito vento à noite. "Investidores eólicos estão olhando muito atentamente para esse binômio eólica/solar na mesma área, até porque há infraestrutura instalada", relatou.
Reivindicação de empresários de outras fontes concorrentes, a eólica terá leilão exclusivo neste ano, o de contratação para energia reserva, dada sua alta competitividade. No entanto, só poderão participar da disputa as usinas que tenham transmissão assegurada. Sobre usinas que não têm a infraestrutura exigida, Tolmasquim disse que, paralelamente, a Epe trabalha em um estudo sobre expansão de linhas em áreas onde há projetos cadastrados de eólica. Segundo ele, o material foi enviado ao Ministério das Minas e Energia para avaliação ambiental. O projeto conectaria mais 6 mil MW, que poderiam ser contemplados nos próximos leilões.
No evento, Tolmasquim também disse que a Epe espera que a Usina São Manoel participe do 2º Leilão A-5, marcado para dezembro. A hidrelétrica, a ser construída no Rio Teles Pires, com capacidade instalada de 700 MW, enfrenta problemas de licenciamento ambiental. (Agência Estado)
Tesouro aporta R$ 800 mi para encargo envolvido na redução da conta de luz
O Tesouro Nacional repassou neste mês R$ 800 milhões para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) por meio da emissão de títulos de dívida pública. Os recursos da CDE estão sendo usados para financiar a redução das tarifas de energia neste ano, cobrindo a indenização de empresas do setor e também o custo mais alto da geração de eletricidade pelas usinas térmicas por causa da seca no primeiro semestre. Antes, o gasto com térmicas costumava ser repassado para as tarifas. A portaria que autoriza o novo repasse foi publicada nesta segunda-feira com data de 1º de agosto.
Em julho, o Tesouro já havia repassado R$ 518 milhões para a CDE. Os valores estão acima do que havia anunciado o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Há duas semanas, quando o ministro anunciou que deixaria de usar recursos de Itaipu para financiar a CDE, ele disse que o primeiro repasse seria de cerca de R$ 400 milhões. Até agora, a Fazenda não apresentou uma projeção de qual deve ser o total repassado no ano. O governo diz que isso não é possível porque os valores vão variar mês a mês.
A ideia inicial era nutrir a CDE com recebíveis de Itaipu (recursos que o governo tem a receber pela construção da Usina em pareceria com o Paraguai), mas a antecipação de receita foi alvo de críticas do mercado. Sem esses recursos, os repasses terão impacto nas despesas primárias, sendo mais um fator que dificulta a meta do setor público de economizar 2,3% do PIB neste ano. O saldo da CDE, que fechou 2012 em R$ 2,475 bilhões, terminou junho deste ano em R$ 371,24 milhões. (Folha Online)
