O Ministério de Minas e Energia (MME) escolheu nessa quarta-feira (24/07) o novo mecanismo de aversão ao risco para modelos computacionais, que deverá praticamente zerar o despacho de térmicas fora da ordem de mérito e garantirá maior segurança energética. Segundo o secretário executivo, Márcio Zimmermann, o modelo CVaR - Valor em Risco Condicional foi o que mais se aproximou aos interesses do setor. “O CVaR já é um programa vinculado ao mercado financeiro, e ele é o que está mais maduro para implantarmos. Após testes e simulações feitas pelo Cepel, foi o que deu um resultado mais interessante”, explicou Zimmermann.
De acordo com Márcio Zimmermann, esse sistema é uma forma de previsibilidade para trazer ao agente um custo mais realista. “Até hoje nós tínhamos grandes variações, oscilações que de uma semana para outra poderiam mudar muito. E mesmo com o PLD, necessitávamos despachar térmica por conta do critério de segurança energética. Agora vamos conseguir uma estabilidade maior, vou ter o PLD realista e o custo de despacho térmico muito mais previsível”, afirmou o secretário em coletiva após a apresentação dos modelos.
Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, o modelo escolhido prevê que as térmicas mais baratas sejam despachadas com mais antecedência para garantir a segurança do sistema e, desta forma, deverá fazer com que as térmicas mais caras não sejam utilizadas.
Previsto na Resolução CNPE 03, o método foi desenvolvido pela Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) e tem como objetivo incorporar ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) o que hoje é pago como Encargo de Serviço de Sistema por Segurança Energética (ESS), devido ao despacho de térmicas fora da ordem de mérito.
De acordo com a resolução, o governo teria até o dia 31 de julho para apresentar a metodologia, que será colocada em audiência pública pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para receber contribuição dos agentes e só então, será executada no modelo computacional. As metodologias avaliadas foram a Superfície de Aversão ao Risco (SAR) e a CVaR (em inglês, Conditional Value-at-Risk). O modelo deverá ser enviado à Aneel ainda nesta quarta-feira e, após todos os trâmites na agência reguladora, deve ser colocado em prática até setembro desse ano.
Também estiveram presentes à cerimônia de apresentação do CVaR o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, o presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Luiz Eduardo Barata, entre outras autoridades. (Jornal da Energia)
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