A Companhia Paranaense de Energia (Copel) retirou proposta de aquisição dos ativos do Grupo Rede. A empresa enviou um comunicado, ontem à noite, para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esclarecendo que a decisão foi motivada pelos "prazos exíguos estabelecidos para encaminhamento de proposta definitiva".
O plano de recuperação judicial do Grupo Rede foi apresentado em março, baseado no acordo de compra e venda das holdings do grupo para a CPFL Energia e para a Equatorial. As duas elétricas se comprometeram a comprar a companhia por R$ 1 e assumir as obrigações do grupo com os credores, injetando até R$ 1,8 bilhão para a recuperação operacional e financeira.
Essa era a única proposta em mão dos credores até que a Copel e a Energisa apresentaram uma oferta de R$ 3,2 bilhões pelos ativos operacionais (oito distribuidoras e uma geradora) do Grupo Rede na quarta-feira. Essa proposta não incluía a compra das holdings do grupo, em recuperação judicial. Copel e Energisa se dispuseram a pagar R$ 1,8 bilhão pelos ativos e desembolsar mais R$ 1,4 bilhão para assumir todas as obrigações das concessionárias epara
substituir as fianças e avais concedidos pelas holdings às distribuidoras.
O surgimento da segunda oferta trouxe um novo rumo às discussões sobre o futuro do Grupo Rede, dificultando a aprovação do plano de recuperação. Uma assembleia de credores realizada no dia 5 de junho foi suspensa para que os envolvidos tivessem tempo de analisar as duas propostas antes de decidir se aprovariam ou não o plano de recuperação preparado pelo Grupo Rede, CPFL e Equatorial.
Segundo fontes ligadas ao Grupo Rede, avendados ativos operacionais levaria à liquidação das holdings do grupo. Isso porque essas companhias não teriam condições de fazer frente às obrigações com seus credores.
Processo. Caso o plano de recuperação judicial fosse rejeitado por causa da nova oferta e o Grupo Rede tivesse a falência decretada pela Justiça de São Paulo, fontes ligadas à companhia, diziam que o empresário Jorge Queiroz poderia responsabilizar judicialmente Copel e Energisa.
Os credores, segundo as fontes, não eram obrigados a aprovar o plano de recuperação e poderiam optar pela falência do Grupo Rede. "Isso é um direito deles.Agora, se um terceiro aparece e propõe algo inconsistente, eles podem ser responsabilizados por isso (a falência)", afirmou a fonte.
Em entrevista na sexta-feira, o vice-presidente de Assuntos Corporativos da CPFL Energia, Ricardo Zangirolami, disse que a companhia está confiante que os credores aprovarão o plano de recuperação judicial.
Em entrevista recente, o diretor-presidente da Energisa, Ricardo Botelho, disse que a oferta do seu consórcio era mais vantajosa, por pagar R$ 1,4 bilhão a mais aos credores do que o proposto pela CPFL e Equatorial.
"Além de ter grandes vantagens para os credores, nossa proposta é mais clara, mais simples e mais transparente. Caberá aos credores tomar a decisão sobre o destino dos recursos disponibilizadosaeles. O que estamos fazendo é desonerar as holdings e pagando pelos ativos", resumiu Botelho. (O Estado de S. Paulo)
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