segunda-feira, 13 de maio de 2013

Incertezas levam concessionárias a participação tímida em leilão da Aneel

A falta de compradores para quatro dos dez lotes ofertados no primeiro leilão de transmissão de energia do ano, realizado sexta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), frustou as expectativas de analistas e pode sinalizar um menor interesse das concessionárias nas próximas licitações do setor elétrico. 

"Este foi o leilão mais infrutífero da história", observa Claudio Fonseca, vice-presidente comercial da SNC-LavalinMarte, empresa que executa projetos de engenharia para a divisão de transmissão e distribuição. "Os valores de remuneração estabelecidos pela Aneel estão muito defasados da realidade e, se não foram rapidamente corrigidos, a perspectiva é de menos participantes nos próximos leilões", alerta o executivo. 

O diretor executivo da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), César de Barros Pinto, concorda com Fonseca. "Nunca tivemos um leilão assim, com uma parte significativa dos lotes sem interesse. E mesmo nos seis lotes que foram arrematados, a disputa foi pequena", observa. 

Para o executivo, além do baixo retorno dos empreendimentos, a incerteza sobre a adequação à nova Lei 12.783/13 (desoneração das tarifas de energia) - que vem afetando o equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias -, prejudicou o leilão: "Houve queda significativa da receita, sem redução das obrigações. Com isso, empresas ficaram em dúvida se deveriam participar. O problema é que temos um sistema para operar." De acordo com Érico de Brito,

gerente de Assuntos Regulatórios da Excelência Energética, não foi surpresa que alguns lotes não tenham sido arrematados. "Os cronogramas de projetos já licitados e que deveriam estar em operação estão apertados, com atrasos superiores a um ano. Quando isso ocorre, a concessionária de transmissão acaba sendo penalizada. Além disso, as empresas estão se questionando se o valor do deságio ofertado garante segurança para o empreendedor", acrescenta". (Brasil Econômico)

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