terça-feira, 28 de maio de 2013

Cemig revisa para cima as previsões de resultados

A Cemig reviu para cima suas estimativas de Ebtida para este e para os próximos anos. Num cenário positivo, o Ebtida consolidado atingirá R$ 6,4 bilhões em 2013. Em 2017, segundo o novo guidance apresentado ontem, o resultado estará em R$ 7,8 bilhões. A previsão para este ano é cerca de 10% maior do que a feita no ano passado. As novas projeções deixaram dúvidas entre analistas sobre a capacidade de a empresa entregar o que apresentou. No cenário mais pessimista, o Ebtida de 2013 ficará em R$ 5,8 bilhões, chegando em 2017 em R$ 6,4 bilhões.

Os números foram apresentados no fim da tarde, num encontro com investidores ocorrido em Uberlândia, Minas Gerais. Para a Cemig, o cenário otimista leva em conta um crescimento da economia de 3,5% a 4%, preços elevados da energia, o cumprimento de todas as metas de eficiência e a execução de aquisições previstas a partir deste ano. Outro ponto que considera importante num cenário positivo é que ela mantenha as concessões de três de suas usinas: Jaguara, São Simão e Miranda. O governo vem afirmando que os contratos não serão renovados após a empresa não ter aderido, com seus ativos de geração, às novas regras do setor elétrico.

Pelas projeções do plano de negócios, a Cemig também leva em conta que até 2017 o investimento médio em aquisição por ano será de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, em linha com o que vem sendo investido nos últimos anos.

Até o ano passado, a Cemig não incluía em suas projeções financeiras os resultados que esperava ter com aquisições. A mudança este ano é uma tentativa de convencer o mercado de seu compromisso de que, mesmo sem as três usinas em disputa com o governo, as aquisições darão conta de evitar um baque nos resultados da empresa.

Se a Cemig perder a concessão das três, o impacto será sentido especialmente em 2015, quando vence o prazo de concessão de São Simão, a maior delas. A diretora jurídica da empresa, Maria Celeste Morais Guimarães, disse que a empresa vai ingressar com o pedido de liminar junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar garantir que o governo aceite o prazo no qual a companhia encaminhou o pedido de renovação da usina de Jaguara. Se o desfecho for favorável, disse ela, a empresa terá uma ordem judicial para continuar explorando a usina conforme o contrato até a fim da discussão em juízo sobre a renovação.

A empresa informou que está avaliando diversos ativos no setor elétrico e que um desses negócios poderá ser fechado já em junho. Ela avalia ativos nas áreas de geração, transmissão e distribuição que, segundo a diretoria, vão colocar a empresa em "outro patamar". Segundo o presidente da companhia mineira, Djalma Bastos de Morais, as recentes mudanças nas regras do setor elétrico abriram oportunidades de aquisições. "Investidores que têm ativo aqui talvez estejam um pouco preocupados com possíveis mudanças de regras no futuro e nós temos sido realmente procurados numa intensidade um pouco maior do que antes para que possamos adquirir esses ativos", disse.

Bastos disse que entre as possíveis aquisições "podem existir térmicas". Mas acrescentou que a empresa vai procurar "sempre ativos, mesmo térmicos, que não tenham problemas com o meio ambiente".

Perguntado sobre especulações recentes do interesse da Cemig nos ativos do grupo Rede, Morais disse: "O grupo Rede é um ativo que nos interessa mas quem está conduzindo essas negociações são a Equatorial e a CPFL. Nós não estamos fazendo parte desse portfólio de negociações". (Valor Econômico)
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