terça-feira, 16 de abril de 2013

Light e Ampla ficam entre as dez piores concessionárias do país em falta de luz

Quatro em cada dez concessionárias de energia elétrica do país - ou 24 das 63, incluindo as de menor e maior porte - deixaram seus clientes às escuras em 2012 por mais tempo do que o tolerado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com levantamento feito pelo GLOBO a partir de dados divulgados pela agência reguladora do setor na Nota Técnica 0038/2013, publicada no fim do mês passado, e também em seu site, a situação foi pior que em 2011, quando 19 empresas (30%) ultrapassaram a duração máxima da interrupções no fornecimento de energia. As concessionárias do estado do Rio de Janeiro novamente ficaram entre as dez piores do ranking da Aneel. A Light deixou os clientes no escuro por 18 horas no ano passado, o dobro do permitido pela Aneel; a Ampla, 16 horas, contra um limite de 13 horas e 30 minutos. 

A Nota Técnica traz o ranking das concessionárias de acordo com o porte. Os técnicos da Aneel reúnem os chamados indicadores de continuidade do serviço, ou seja, de duração e frequência das ocorrências de falta de luz (DEC e FEC), e calculam o Desempenho Global de Continuidade (DGC) da distribuidora. A lista é separada em 35 empresas que atuam no mercado acima de 1TWh e 28 que estão abaixo deste patamar. 

A pior no ranking em 2012 foi a Celpa, do Pará, que deixou os consumidores, em média, 102 horas sem luz. No ano anterior, foram 99 horas. Procurada pelo GLOBO por telefone e e-mail, a Celpa informou que o presidente e o diretor da empresa estavam viajando e não foi possível contatá-los até o fechamento desta edição. 

Sobracarga na rede 

A Light, que já havia admitido em fevereiro que não conseguiria cumprir a meta da Aneel, atribui os maus resultados principalmente às sobrecargas na rede provocadas pelos furtos de energia. A concessionária informou, em nota, que investiu cerca de R$ 3,8 bilhões na sua área de concessão entre 2006 e 2012, sendo que, no ano passado, foram aplicados R$ 796,8 milhões. 

"Dentre o realizado se destacam os investimentos direcionados ao desenvolvimento de redes de distribuição e expansão, com o intuito de atender ao crescimento de mercado, aumentar a robustez da rede e melhorar a qualidade, no valor de R$ 338,5 milhões", diz a companhia. 

A Ampla alegou, também por meio de nota, que "atendeu à meta regulatória estabelecida". No comunicado, a concessionária destaca que investiu, nos últimos cinco anos, R$ 1,82 bilhão em obras de melhoria da rede de distribuição em toda a sua área de concessão, que abrange 33 municípios do Estado do Rio. 

"Esses investimentos já podem ser percebidos nos indicadores DEC (Duração Equivalente de Continuidade) e FEC (Frequência Equivalente de Continuidade), que medem a duração e a frequência das interrupções, respectivamente. Entre 2010 e 2012, o DEC apresentou melhora de 26% e o FEC, de 27%", diz a nota. (O Globo)

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